São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2001

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Mudança é gradual, diz educadora

DA SUCURSAL DO RIO

Na opinião de Marieta Nicolau, professora da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora-geral do programa de educação continuada da instituição, a entrada no mercado de um profissional de menor renda é um fenômeno que vem ocorrendo gradativamente.
"Há algumas décadas, o perfil do professor era mais elitizado. Hoje, percebemos que é um profissional mais valente, que trabalha muitas vezes em vários lugares para garantir sua renda", diz.
Para ela, a mudança é explicada pela defasagem salarial histórica da categoria, que deixou de atrair um público de maior renda, e pelo processo de democratização da escola pública, que, ao mesmo tempo em que cria demandas por mais professores, permitiu que uma classe social tradicionalmente excluída dos ensinos médio e superior pudesse ter acesso aos cursos de formação de professor.
Para Guiomar Namo de Mello, integrante da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, os candidatos ao magistério sempre foram de uma camada mais pauperizada da população, em relação ao perfil dos estudantes de outros cursos.
Segundo ela, as eventuais deficiências de estudantes que ingressam nos cursos de formação passam a ser de responsabilidade da universidade assim que aceitam esses alunos. "Se esse aluno teve um mau professor na escola, um professor que ele não quer ser quando estiver dando aula, devemos começar sua formação dando a ele o que ele não recebeu."


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