São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2001

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Obra deverá ser bancada por concessionária

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal ainda corre atrás da licença ambiental, mas já desistiu de fazer com recursos públicos a duplicação da Régis Bittencourt na serra do Cafezal. Também já está praticamente certo: a obra, prevista para durar três anos, não começa na gestão FHC.
A intenção do Ministério dos Transportes é inserir a duplicação desse trecho de 30 km entre as obrigações da empresa que assumir a operação da rodovia.
Segundo Deuzedir Martins, diretor do DNER, a concessão à iniciativa privada da Régis Bittencourt e de outras rodovias federais, como a Fernão Dias, deve ser definida no final de 2002. Ou seja, só em 2003 haveria as obras, assim como a instalação de seis pedágios entre São Paulo e Curitiba.
Os custos da duplicação por quilômetro na serra do Cafezal chegam a ser três vezes os do restante da estrada. O DNER afirma que os motivos são as preocupações ambientais e a forma do traçado, que corta os morros.
Desde 1997, já foram duplicados 163 km da Régis no Estado de São Paulo. Outros 90 km já haviam sido duplicados até 1978. Além dos 30 km da serra do Cafezal, há 17 km em Juquitiba que ainda não foram concluídos, mas cujas obras estão prestes a começar.
"A concorrência já foi feita e os contratos serão assinados até janeiro. Em seis meses esse trecho estará pronto", diz Martins.
Até agora, já foram gastos R$ 381 milhões. No total, sem contar a serra do Cafezal (cuja duplicação está estimada em R$ 230 milhões), as obras, incluindo a recuperação do que já estava duplicado, sairão por R$ 478 milhões.

Litoral
Do tráfego da Régis, mais de 70% é de caminhões. A rodovia é a principal ligação da capital paulista com os Estados do Sul, mas, nos três últimos anos, também passou a receber grande quantidade de motoristas interessados em uma rota alternativa ao litoral sul de São Paulo.
Quem vai pela rodovia pode pegar um acesso a Peruíbe sem pagar nenhum pedágio. No sistema Anchieta/Imigrantes, a concessionária Ecovias cobra R$ 6,00.
Depois da concessão à iniciativa privada, haverá dois pedágios para ir ao litoral pela Régis: um em Itapecerica da Serra e outro em Miracatu. Em julho de 1999, o preço máximo definido para cada um deles foi de R$ 3,00 -sujeito a correções inflacionárias.
Segundo Ademir Marques, engenheiro do DNER em Registro, os congestionamentos na Serra do Cafezal passam de 20 km durante os feriados por causa da inexistência de pista duplicada e do aumento do tráfego ao litoral.
Um dos acidentes graves recentes nesse trecho aconteceu no feriado de Finados, em novembro. Três pessoas morreram e 35 ficaram feridas no choque entre um ônibus com 40 passageiros e uma carreta. A rodovia permaneceu interditada por seis horas e, mesmo depois da liberação da pista, a estrada acumulou mais de 50 km de congestionamento. (AI)


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