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Obra deverá ser bancada por concessionária
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal ainda corre
atrás da licença ambiental, mas já
desistiu de fazer com recursos públicos a duplicação da Régis Bittencourt na serra do Cafezal.
Também já está praticamente certo: a obra, prevista para durar três
anos, não começa na gestão FHC.
A intenção do Ministério dos
Transportes é inserir a duplicação
desse trecho de 30 km entre as
obrigações da empresa que assumir a operação da rodovia.
Segundo Deuzedir Martins, diretor do DNER, a concessão à iniciativa privada da Régis Bittencourt e de outras rodovias federais, como a Fernão Dias, deve ser
definida no final de 2002. Ou seja,
só em 2003 haveria as obras, assim como a instalação de seis pedágios entre São Paulo e Curitiba.
Os custos da duplicação por
quilômetro na serra do Cafezal
chegam a ser três vezes os do restante da estrada. O DNER afirma
que os motivos são as preocupações ambientais e a forma do traçado, que corta os morros.
Desde 1997, já foram duplicados
163 km da Régis no Estado de São
Paulo. Outros 90 km já haviam sido duplicados até 1978. Além dos
30 km da serra do Cafezal, há 17
km em Juquitiba que ainda não
foram concluídos, mas cujas
obras estão prestes a começar.
"A concorrência já foi feita e os
contratos serão assinados até janeiro. Em seis meses esse trecho
estará pronto", diz Martins.
Até agora, já foram gastos R$
381 milhões. No total, sem contar
a serra do Cafezal (cuja duplicação está estimada em R$ 230 milhões), as obras, incluindo a recuperação do que já estava duplicado, sairão por R$ 478 milhões.
Litoral
Do tráfego da Régis, mais de
70% é de caminhões. A rodovia é
a principal ligação da capital paulista com os Estados do Sul, mas,
nos três últimos anos, também
passou a receber grande quantidade de motoristas interessados
em uma rota alternativa ao litoral
sul de São Paulo.
Quem vai pela rodovia pode pegar um acesso a Peruíbe sem pagar nenhum pedágio. No sistema
Anchieta/Imigrantes, a concessionária Ecovias cobra R$ 6,00.
Depois da concessão à iniciativa
privada, haverá dois pedágios para ir ao litoral pela Régis: um em
Itapecerica da Serra e outro em
Miracatu. Em julho de 1999, o
preço máximo definido para cada
um deles foi de R$ 3,00 -sujeito a
correções inflacionárias.
Segundo Ademir Marques, engenheiro do DNER em Registro,
os congestionamentos na Serra
do Cafezal passam de 20 km durante os feriados por causa da inexistência de pista duplicada e do
aumento do tráfego ao litoral.
Um dos acidentes graves recentes nesse trecho aconteceu no feriado de Finados, em novembro.
Três pessoas morreram e 35 ficaram feridas no choque entre um
ônibus com 40 passageiros e uma
carreta. A rodovia permaneceu
interditada por seis horas e, mesmo depois da liberação da pista, a
estrada acumulou mais de 50 km
de congestionamento.
(AI)
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