São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DENTRO DO PODER

Prisão foi no DF

Funcionário da União é acusado de narcotráfico

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um funcionário terceirizado da Funap (Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso), órgão ligado ao Ministério da Justiça, foi preso anteontem em Brasília acusado de tráfico de drogas. Sebastião Vieira dos Santos, 46, teria servidores federais como seus clientes, segundo a Polícia Civil.
Conhecido como "Tião Galinha", o marceneiro trabalhava das 8h30 às 17h30 no edifício anexo do Ministério da Justiça, recebendo R$ 288 por mês. Ele foi contratado pela Funap há quatro anos, quando acabou de cumprir 15 anos por roubo e corrupção de menores, entre outros crimes.
É no ministério que funcionam as secretarias nacionais de Justiça, que cuida do sistema prisional, e a de Segurança Pública, responsável pela articulação no combate ao tráfico de drogas no país. A assessoria de imprensa do Ministério da Justiça não soube informar ontem o número de ex-presidiários que trabalham ligados à pasta, mas sabe-se que são dezenas.
Alguns dos clientes de Santos foram intimados para prestar depoimento. A maioria dos compradores trabalharia no Ministério da Justiça e em outras pastas. Os nomes não foram divulgados, mas alguns serão indiciados como usuários de drogas.
Santos é suspeito de traficar cocaína e, segundo a polícia, vendia cerca de 20 papelotes da droga por dia, a um preço que variava de R$ 50 a R$ 70 por unidade. Quando foi preso, levava R$ 1.504 e US$ 5 (cerca de R$ 13,34). Segundo o delegado Celídio Espíndola, Santos foi preso em flagrante por volta das 12h de ontem em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, quando tentava repassar 20 papelotes de cocaína para Nádia Regina do Prado, 44, sua cúmplice. Foi preso também o agente de viagens Sérgio Augusto Jabour Costa, 45, suspeito de ser outro cúmplice. A Folha procurou ontem os advogados do trio, mas foi informada pela Delegacia de Polícia Especializada, de que eles ainda não têm advogados.


Texto Anterior: "Fiquei no meio de traficantes", diz brasileiro preso nos EUA
Próximo Texto: Direção perigosa: Acidentes batem recorde nas estradas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.