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Preocupação se estende a rodovias concedidas
DA REPORTAGEM LOCAL
A preocupação com a evolução
da violência do trânsito neste ano
nas estradas estaduais de São Paulo se estende àquelas que foram
concedidas à iniciativa privada.
Embora tenham a aprovação
média de 94% dos usuários, conforme a última pesquisa da Artesp
(agência do governo) concluída
em outubro de 2004, as concessionárias registraram até novembro
uma alta de 9,2% nos acidentes e
de 9,8% nos feridos -contra uma
redução de só 0,96% nas mortes.
Com esses indicadores, a meta
de reduzir em 10% as mortes em
2004 dificilmente será atingida. E,
das 12 concessionárias que administram mais de 3.000 km de estradas, 7 pioraram seus indicadores em relação ao ano passado.
Essas constatações são válidas
mesmo considerando a alta média dos veículos que passaram
nos pedágios. A Artesp, que faz
reuniões mensais com as empresas para discutir a segurança viária, utiliza uma fórmula, batizada
de IM (Índice de Mortos), que
considera não apenas os números
brutos, mas a extensão da rodovia
e a quantidade de carros.
Até junho, a meta de redução do
IM só havia sido atingida por 5
das 12 concessionárias. Segundo
Sebastião Ricardo, diretor de operações da Artesp, entre 2000 e
2004 esse índice caiu de 4,97 para
3,88. A intenção é atingir até 2020
2,50, marca semelhante à de estradas da Espanha.
A mesma redução verificada
não se repete em relação aos feridos, cujo índice subiu de 77,43 para 77,67 no intervalo de quatro
anos. O de acidentes teve pequena
melhoria -de 1,54 para 1,52.
O diretor da Artesp diz que,
apesar do descumprimento das
metas, as concessionárias nunca
foram punidas. "A gente faz uma
auditoria de cada acidente com
morto. Ela não pode ser autuada
se não for falha dela. Só se fosse
problema de engenharia", afirma.
A alta dos feridos e a queda das
mortes, na opinião de Ricardo,
pode parcialmente ser atribuída à
melhoria do atendimento médico. "Quando há um socorro ideal,
mortes são evitadas", afirma.
Esse indicador pode ser sentido
no Estado inteiro nos últimos
anos: embora as mortes tenham
subido em 2004, nos anos anteriores tiveram queda na comparação
com os anos 90, diferentemente
do que ocorre com acidentes e feridos. A principal explicação é a
implantação do novo código de
trânsito, em 1998, que expandiu a
utilização do cinto de segurança.
Segundo a última pesquisa da
Artesp, a conservação do asfalto,
os serviços de atendimento e a sinalização de obras estão entre os
itens com melhor avaliação dos
usuários das estradas sob concessão -recebendo nota média de
8,8, de um total de dez pontos.
A nota média geral é de 8,4, mas
aspectos relativos à segurança
têm avaliação inferior: nota 8,3
para segurança em acidentes e para condições do acostamento e 7,1
para a quantidade de passarelas, a
mais baixa dentre todos os itens.
A Artesp diz que foram feitas
mais de 80 passarelas desde 1998.
A agência lançou campanha no
último dia 23, em parceria com as
concessionárias, para prevenir
acidentes na temporada de verão.
Haverá propaganda na TV, no rádio, na mídia impressa e em outdoors. Elas enfocam a necessidade de atitudes preventivas por
parte dos motoristas, como revisar as condições dos carros, usar
cinto de segurança e obedecer os
limites de velocidade.
O presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionários de Rodovias), Moacyr Duarte, considera que a segurança nas
estradas "é agora um problema de
fiscalização" -sob responsabilidade da Polícia Rodoviária. "Nos
primeiros anos, houve redução
maior. As concessionárias hoje
têm muito pouco a fazer. Podem
apenas melhorar alguns acessos,
algumas passarelas", afirma.
O comando da Polícia Rodoviária Estadual não quis dar entrevistas nem fornecer dados ou dicas
aos motoristas de quais são os
pontos mais críticos das rodovias.
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