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ACIDENTE
Segundo presidente da Petrobras, situação hoje é resultado de "20 a 30 anos de atraso" em relação à questão ambiental
Reichstul promete soluções para 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
Na avaliação do presidente da
Petrobras, Henri Philippe Reichstul, a sucessão de acidentes envolvendo a empresa é o resultado de
"20 a 30 anos de atraso em relação
à questão ambiental", mas o quadro será outro daqui a dois anos.
"Em 2003 vamos chegar ao estado da arte nessa área. Temos os
recursos, sabemos o que fazer,
mas isso demora um certo tempo", afirmou ao visitar ontem o
local do vazamento de óleo em
Barueri (Grande SP).
O incidente foi o mais recente
de uma série que inclui o vazamento de óleo na baía de Guanabara (RJ) em janeiro de 2000 e o
afundamento da plataforma P-36
em março deste ano na bacia de
Campos (também no RJ).
Entre as medidas que estão sendo tomadas pela empresa para
evitar novos acidentes estão a automatização dos dutos, a certificação ambiental das unidades e um
programa específico para os resíduos do refino que estão estocados há até 30 anos.
Hoje o controle dos dutos não é
feito em tempo real, mas pelo telefone, em intervalos de tempo determinados -o que torna o processo de descoberta e contenção
de um vazamento menos ágil.
Os investimentos nesse programa de excelência ambiental são
de cerca de US$ 1,3 bilhão (mais
de R$ 2,6 bilhões), diz Reichstul.
Ele considerou boa a atuação da
Petrobras no acidente de ontem.
Segundo o gerente de controle
de dutos da empresa, Alberto
Shinzato, às 11h54 foi notada a
queda de pressão na tubulação
-o que indica o rompimento-
e imediatamente suspenso o
bombeamento. O problema é
que, como o duto é muito extenso, o óleo escapou mesmo assim.
"A Petrobras fará face às suas
responsabilidades, independentemente de as pessoas acionarem
ou não o Judiciário", disse Reichstul quando questionado sobre
que tipo de assistência a empresa
daria às famílias que tiveram as
casas inundadas pelo óleo.
Ele visitou os locais mais atingidos, mas não falou em indenizações. A princípio, a Petrobras pagará as despesas de hospedagem e
locomoção enquanto as casas estiverem sendo limpas. A empresa
ainda vai estudar a melhor forma
de fazer a limpeza.
Uma das famílias já disse que
pretende processar a Petrobras
por danos materiais.
(MARIANA VIVEIROS)
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