São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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ACIDENTE

Segundo presidente da Petrobras, situação hoje é resultado de "20 a 30 anos de atraso" em relação à questão ambiental

Reichstul promete soluções para 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

Na avaliação do presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, a sucessão de acidentes envolvendo a empresa é o resultado de "20 a 30 anos de atraso em relação à questão ambiental", mas o quadro será outro daqui a dois anos.
"Em 2003 vamos chegar ao estado da arte nessa área. Temos os recursos, sabemos o que fazer, mas isso demora um certo tempo", afirmou ao visitar ontem o local do vazamento de óleo em Barueri (Grande SP).
O incidente foi o mais recente de uma série que inclui o vazamento de óleo na baía de Guanabara (RJ) em janeiro de 2000 e o afundamento da plataforma P-36 em março deste ano na bacia de Campos (também no RJ).
Entre as medidas que estão sendo tomadas pela empresa para evitar novos acidentes estão a automatização dos dutos, a certificação ambiental das unidades e um programa específico para os resíduos do refino que estão estocados há até 30 anos.
Hoje o controle dos dutos não é feito em tempo real, mas pelo telefone, em intervalos de tempo determinados -o que torna o processo de descoberta e contenção de um vazamento menos ágil.
Os investimentos nesse programa de excelência ambiental são de cerca de US$ 1,3 bilhão (mais de R$ 2,6 bilhões), diz Reichstul. Ele considerou boa a atuação da Petrobras no acidente de ontem.
Segundo o gerente de controle de dutos da empresa, Alberto Shinzato, às 11h54 foi notada a queda de pressão na tubulação -o que indica o rompimento- e imediatamente suspenso o bombeamento. O problema é que, como o duto é muito extenso, o óleo escapou mesmo assim.
"A Petrobras fará face às suas responsabilidades, independentemente de as pessoas acionarem ou não o Judiciário", disse Reichstul quando questionado sobre que tipo de assistência a empresa daria às famílias que tiveram as casas inundadas pelo óleo.
Ele visitou os locais mais atingidos, mas não falou em indenizações. A princípio, a Petrobras pagará as despesas de hospedagem e locomoção enquanto as casas estiverem sendo limpas. A empresa ainda vai estudar a melhor forma de fazer a limpeza.
Uma das famílias já disse que pretende processar a Petrobras por danos materiais.
(MARIANA VIVEIROS)



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