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Em São Paulo, lideranças são intimadas a depor
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Líderes do movimento de reivindicação salarial dos policiais
militares de São Paulo foram intimados a depor ontem, na Corregedoria da PM, sob a suspeita de
incitar a greve no Estado.
O vice-presidente da Associação Nacional de Cabos e Soldados, José Luiz de Lira, e o diretor
de relação públicas da entidade,
Daniel Silva de Abreu, foram ouvidos e liberados em seguida.
A corregedoria questionou os
dois sobre declarações dadas à
Folha, em reportagem publicada
anteontem, e pediram informações sobre um movimento de
PMs que prega uma "greve branca" -só atender casos graves-
se o governador, Geraldo Alckmin, não negociar reajustes.
"É uma pressão do comando
para intimidar as associações",
afirmou o deputado estadual Wilson Morais (PSDB), presidente da
Associação Nacional de Cabos e
Soldados. "A PM, infelizmente,
aplica o regimento para os membros da associação. Não existe
imunidade sindical."
O artigo 42, parágrafo 5º, da
Constituição proíbe que um servidor público militar participe de
greve. O artigo 155 do Código Penal Militar pune a "incitação à desobediência" com pena de dois a
quatro anos de reclusão.
Lira negou que a entidade esteja
incitando a greve de policiais militares ou o protesto de familiares.
Na reportagem de anteontem, ele
criticou o governo do Estado por
investir mais em equipamentos
do que em uma política salarial. Já
Abreu afirmou que a entidade
não tem ligação com o movimento que defende a "greve branca".
A assessoria da PM informou
que a intimação não é uma forma
de pressão. Segundo a assessoria,
a intimação de um policial é um
"procedimento normal".
Entidades de policiais civis e militares entregaram uma pauta ao
secretário da Segurança Pública,
Marco Vinicio Petrelluzzi, com
pedido de reajuste de 41,04%.
Petrelluzzi disse que a reivindicação é "razoável", mas que a definição ainda depende de um estudo do governo. Alckmin afirmou que o "valor é alto". "O governo, podendo, vai reajustar."
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