São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2001

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SEGURANÇA

Equipamentos eram para a comunicação de líderes da organização detidos em dois Estados e no DF; dez foram presos

Polícia estoura centrais telefônicas do PCC

RITA MAGALHÃES
DO "AGORA"

A Polícia Civil de São Paulo anunciou ontem que suas equipes estouraram 12 centrais de comunicação telefônica da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC. Na operação, foram presas dez pessoas.
O Serviço de Inteligência da polícia descobriu que o sistema, com canal aberto em presídios de três Estados, é usado pela facção para planejar crimes e resgates.
Os cerca de 150 agentes que participaram das investigações chegaram até as 12 centrais, em quatro cidades do Estado, por meio de rastreamento e escuta telefônica. Foram localizadas centrais telefônicas de alta tecnologia em Campinas, Ribeirão Preto, Cubatão, Santo André e São Paulo.
Os aparelhos permitiam que os membros da cúpula do PCC, presos nos Estados de Paraná e São Paulo e no Distrito Federal, conversassem simultaneamente.
"Eles ligavam para quem queriam. Para namorar, para planejar roubo, resgate, controlar as contas do partido e podem ter usado o sistema até para desencadear a megarrebelião do dia 18 de fevereiro", afirmou o delegado-geral Marco Antônio Desgualdo.
Por meio do rastreamento, a polícia descobriu ligações de Geleião, José Márcio Felício, preso em Curitiba e tido como o primeiro homem do PCC, com integrantes do Estado de São Paulo e com Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, preso em Brasília.
Na casa da tia de Marcola, Noêmia Camacho, a polícia localizou uma das 12 centrais, o que possibilitava ao líder do PCC falar com quem quisesse por meio do número do telefone da tia.
Da mesma forma, todas as outras centrais telefônicas funcionavam na casa dos familiares de integrantes da organização. "As telefonistas faziam plantão 24 horas no local, como se fosse uma grande empresa", diz Godofredo Bittencourt, diretor do Depatri (Departamento de Investigações Sobre Crimes Patrimoniais).
Entre as dez pessoas presas pelos policiais, estavam Isabel Cristina Gordo, 32, e Sueli Maria Resende Leite, 41, mulheres dos presos Paulo Sérgio Volpato e Gilmar Ângelo dos Santos, que estão presos em Piraquara (PR).



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