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SEGURANÇA
Equipamentos eram para a comunicação de líderes da organização detidos em dois Estados e no DF; dez foram presos
Polícia estoura centrais telefônicas do PCC
RITA MAGALHÃES
DO "AGORA"
A Polícia Civil de São Paulo
anunciou ontem que suas equipes
estouraram 12 centrais de comunicação telefônica da organização
criminosa Primeiro Comando da
Capital, o PCC. Na operação, foram presas dez pessoas.
O Serviço de Inteligência da polícia descobriu que o sistema, com
canal aberto em presídios de três
Estados, é usado pela facção para
planejar crimes e resgates.
Os cerca de 150 agentes que participaram das investigações chegaram até as 12 centrais, em quatro cidades do Estado, por meio
de rastreamento e escuta telefônica. Foram localizadas centrais telefônicas de alta tecnologia em
Campinas, Ribeirão Preto, Cubatão, Santo André e São Paulo.
Os aparelhos permitiam que os
membros da cúpula do PCC, presos nos Estados de Paraná e São
Paulo e no Distrito Federal, conversassem simultaneamente.
"Eles ligavam para quem queriam. Para namorar, para planejar
roubo, resgate, controlar as contas do partido e podem ter usado
o sistema até para desencadear a
megarrebelião do dia 18 de fevereiro", afirmou o delegado-geral
Marco Antônio Desgualdo.
Por meio do rastreamento, a
polícia descobriu ligações de Geleião, José Márcio Felício, preso
em Curitiba e tido como o primeiro homem do PCC, com integrantes do Estado de São Paulo e com
Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, preso em Brasília.
Na casa da tia de Marcola, Noêmia Camacho, a polícia localizou
uma das 12 centrais, o que possibilitava ao líder do PCC falar com
quem quisesse por meio do número do telefone da tia.
Da mesma forma, todas as outras centrais telefônicas funcionavam na casa dos familiares de integrantes da organização. "As telefonistas faziam plantão 24 horas
no local, como se fosse uma grande empresa", diz Godofredo Bittencourt, diretor do Depatri (Departamento de Investigações Sobre Crimes Patrimoniais).
Entre as dez pessoas presas pelos policiais, estavam Isabel Cristina Gordo, 32, e Sueli Maria Resende Leite, 41, mulheres dos presos Paulo Sérgio Volpato e Gilmar
Ângelo dos Santos, que estão presos em Piraquara (PR).
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