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Disque Saúde é mais procurado por fumante
Serviço do SUS esclarece dúvidas pelo telefone sobre doenças como câncer, Aids, tuberculose, além de tabagismo
Foram 19.062 ligações nos primeiros quatro meses de 2009 nas que o usuário falou com um atendente sobre como parar de fumar
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Informações sobre tabagismo e como parar de fumar são
as mais procuradas no Disque
Saúde, serviço do SUS que esclarece dúvidas quanto à doenças e programas do governo.
Foram 19.062 ligações em
2009 nas que o usuário falou
com um atendente sobre como
parar de fumar, como ajudar alguém a largar o vício e benefícios de largar o cigarro, entre
outros. O tema ficou à frente de
assuntos como saúde bucal
(11.572) e da mulher (4.446).
O levantamento foi feito pelo
Ministério da Saúde no marco
do Dia Mundial Sem Tabaco
-comemorado hoje. O tema
deste ano é "Advertências contra o Tabaco", como as existentes nos maços de cigarros, consideradas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) importantes no combate ao fumo.
A procura reflete o interesse
do brasileiro por deixar o cigarro. Dados da OMS mostram
que 80% dos fumantes no mundo querem largar o vício. Isso,
segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), que coordena o Programa Nacional de
Controle do Tabagismo, é tendência em países onde o governo promove a luta antitabaco.
Contudo, o programa brasileiro, que tem o 0800 como
uma das ferramentas, ainda enfrenta vários problemas. O envio de tratamentos pelo governo federal aos municípios é irregular e frequentemente menor que o pedido. Em 2008, só
466 cidades das mais de 5.000
do país tinham atendimento.
A Folha constatou que a demora para iniciar o tratamento
pode demorar até sete meses
em unidades de referência. Foi
o que ocorreu com a reportagem após inscrever-se em novembro no Cratod (Centro de
Referência em Álcool, Tabaco e
Outras Drogas) -órgão estadual na região central de São
Paulo- durante reportagem
que mostrava a peregrinação
de quem tenta deixar o fumo.
Cristina Perez, técnica da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, afirma que o fato
de o país ter reduzido a prevalência de fumantes de 30% em
1989 para 16% é um reflexo das
ações tomadas, que vão desde o
combate à publicidade, adoção
de imagens em maços de cigarro, taxação do cigarro a serviços como o Disque Saúde.
"O 0800 é um atendimento
que pode ajudar efetivamente
no tratamento, além de fornecer informações gerais", afirma. O Inca tenta modificar o
credenciamento de unidades
no programa nacional para
possibilitar um melhor atendimento a partir de 2010.
Para Jaqueline Scholz Issa,
pesquisadora e diretora do
Programa de Tabagismo do
Instituto do Coração, o programa foi pioneiro, mas ainda é incipiente. "A nossa lição de casa
é dar um bom tratamento no
SUS. A demanda reprimida é
enorme", diz. Segundo ela, no
Incor são comuns problemas
no envio de gomas, adesivos e
remédios pelo governo federal.
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