DA REPORTAGEM LOCAL

Pneus usados podem servir como combustível na indústria de cimento, economizando recursos naturais não-renováveis, como óleo e carvão, e diminuindo a poluição do ar.
É o que afirma o estudo do engenheiro mineiro Francisco Alberto Souza, apresentado anteontem no Seminário Nacional Sobre Reuso e Reciclagem de Resíduos Sólidos Industriais, promovido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Apesar de não serem tóxicos, pneus usados retêm vetores de doença, ocupam espaço nos aterros (porque não são compactáveis) e diminuem a calha dos rios. Dos 41,3 milhões produzidos em 99 no país, só 340 mil foram reutilizados.
"O coprocessamento de pneus em fornos de clínquer (cimento seco antes de ser triturado) é a resposta para disposição final dessa material", afirma Souza.
Ele cita como benefícios o baixo nível de emissões poluentes na queima e a incorporação das cinzas dos pneus ao próprio clínquer. "Além disso, o alto poder de queima dos pneus diminui o consumo de combustíveis como carvão e óleo", disse.
Em todo o mundo, 78 fábricas de cimento já fazem o coprocessamento. No Brasil, a técnica engatinha. Apenas a Ciminas realiza o processo.


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