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TRANSPORTES
Empresa afirma que não houve falha humana nem falta de manutenção e que indenizará família de vítima
Não dava para evitar acidente, diz Metrô
DA REPORTAGEM LOCAL
O Metrô encara os problemas
verificados ontem de manhã na linha 3-Vermelha (Leste/Oeste) como uma fatalidade.
A empresa afirma que não era
possível evitá-los e que não existe
nenhum indício de que tenha havido falhas humanas ou falta de
manutenção. "Não dava para verificar, não dava para prever",
afirmou Décio Tambelli, diretor
de operação do Metrô.
Segundo ele, a Comissão Permanente de Segurança da companhia vai investigar as causas do
rompimento de um cabo e dos
curtos-circuitos que resultaram
em focos de incêndio nas proximidades dos trilhos.
Tambelli diz que foi oferecida
ajuda à família de Maria Eroina da
Silva, que morreu. A empresa, segundo ele, estava disposta a transportar seu corpo e custear as despesas funerais. Esse auxílio, porém, teria sido recusado pelos parentes. Ainda assim, ele afirma
que há seguro de vida contratado
pela Companhia do Metropolitano e que a família da vítima receberá indenização.
Negligência
O representante do Metrô negou que tivesse havido negligência no atendimento às vítimas.
"Os funcionários fizeram aquilo
que era possível", afirmou.
Questionado sobre a existência
de apenas dois seguranças para
ajudar a remover os passageiros
dos vagões, Tambelli respondeu:
"Não é apenas. Essa é a quantidade prevista para aquele horário,
que não é de pico".
O diretor de operações disse
que não foi a primeira vez que
houve rompimento do cabo que
leva energia aos trilhos de metrô.
Esse tipo de ocorrência, segundo
ele, acontece, no máximo, uma
vez por ano. "Não dá para falar
em culpa. Esses cabos não chegaram à vida útil. Não havia motivo
para trocá-los."
Procedimentos
Sobre o fato de os primeiros focos de fogo terem sido detectados
mais de meia hora antes da paralisação da composição 303 entre as
estações Marechal Deodoro e
Barra Funda, Tambelli afirmou
que os procedimentos adotados
foram corretos e que não havia indícios para suspender a circulação de todos os trens da linha desde aquele momento. "Como tudo
é subterrâneo, não dava para associar uma ocorrência em Itaquera a um problema no cabo perto
da Barra Funda."
Nesse período, houve suspensão apenas parcial dos serviços,
das 4h45 às 5h05. Mas a operação
acabou sendo retomada. "Eles
[funcionários" fizeram uma vistoria nos trechos em que havia fogo.
Checaram em cada ponto, mas
não encontraram nenhum problema, nada de anormal. Por isso,
autorizaram a liberação da via",
disse Tambelli. "Não havia nenhuma sinalização no sistema de
proteção elétrica que levasse os
funcionários a pedir a interdição", afirmou.
O diretor de operação ressaltou
ainda que, no momento do acidente, não houve muito tempo
para encontrar alternativas e tomar decisões. "É uma questão de
minutos para tomar as decisões,
mas, mesmo assim, não houve
nenhum problema."
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