UOL


São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Estado, muro é "briga" política

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Cultura do Pará, Paulo Chaves, acredita que a polêmica sobre a derrubada do muro do Forte do Presépio reflete no fundo uma "briga" política entre PSDB, que governa o Estado, e PT, que administra a prefeitura.
"O PT está arruinando a cidade faz oito anos. O muro é uma questão política que eles perderam", diz Chaves. "Foi uma briga muito complicada, em que nuances técnicas foram usadas como álibi."
Segundo o secretário, o bom trabalho de restauração não só do forte, mas da região em torno rendeu "resultados políticos", e "isso incomodou o PT".
Ele defende a derrubada do que chama de "muro da discórdia" por vários motivos.
"Além de ser esteticamente horroroso, o muro encobria o forte da cidade e a cidade do forte", diz Chaves. "Sem o muro, a cidade descobriu a sua visão ribeirinha, que Belém foi perdendo ao longo dos anos", afirma o secretário.
Quanto à retirada do reboco, ele diz que o forte estava apenas parcialmente rebocado. "O forte foi muito mutilado, não tem uma forma certa. Eu considero que ele era uma ruína", afirma Chaves. "Eu tenho um parecer do professor Mário Mendonça, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), especialista em fortes, que disse que a retirada estava correta."
Segundo o secretário, todos os achados arqueológicos foram registrados e fotografados, "mas não dá pra deixar tudo aberto".
Quanto à colocação dos canhões de ferro sobre um talude de grama em ângulo de 45 graus, ele diz que foram feitos restauros e proteção com pintura, e que eles estão identificados.
Chaves ironiza o risco de deterioração: "É possível que estraguem, daqui a 300, 400 anos". Ele explica por que colocou a boca dos canhões voltada para cima: "Achei que seria broxante colocar com a boca para baixo". (RBN)


Texto Anterior: Patrimônio: Restauro de fortes provoca guerra de idéias
Próximo Texto: História de forte se mistura à de Belém
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.