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SAÚDE
Brasil tem 3.634 crianças menores de 13 anos doentes de Aids
Campanha ensina a cuidar
de crianças portadoras do HIV
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O Ministério da Saúde vai distribuir um manual para mães que tenham filhos com Aids e para pessoas que cuidam de crianças portadoras do vírus HIV.
O "Cuidando da Minha Criança
com Aids" é lançado como parte
da campanha do dia mundial contra a doença, cujo tema deste ano é
a criança.
Pelo último boletim epidemiológico de Aids, há 3.634 crianças menores de 13 anos com a doença no
país. A transmissão perinatal é responsável por 76% desses casos.
"As mães têm que ser informadas de que há medicamentos capazes de reduzir a transmissão vertical", diz Pedro Chequer, coordenador do Programa Nacional de
DST/Aids.
Em mais de 90% dos casos de
transmissão de mãe para filho, a
criança se contamina durante a
gravidez, no parto ou pela amamentação.
Para os recém-nascidos, há a
possibilidade de tomar AZT em
gotas. As crianças também podem
tomar um coquetel anti-Aids infantil, que já é distribuído pelo ministério.
Baseado na experiência de profissionais que trabalham em ambulatórios de Aids pediátrica, o
manual é escrito em forma de diálogo e espelha as dúvidas mais frequentes na relação com filhos que
tenham a doença.
O livreto, de 41 páginas, tem uma
tiragem inicial de 4.000 exemplares e é todo colorido. Traz informações sobre formas de acesso aos
recursos terapêuticos disponíveis,
a importância do convívio social
da criança e seus direitos.
"O que vai acontecer com meu
bebê se ele tiver o vírus da Aids?" é
uma das perguntas básicas que estão no manual.
"É preciso que você tenha um
acompanhamento médico regular
que ajude você a proteger seu filho
de doenças comuns de infância e
de outras infecções mais graves",
diz a resposta.
Outra pergunta se refere à amamentação. "Devo amamentar
meu bebê se sou soropositiva?"
A resposta é clara: "Não. Seu bebê não pode ser amamentado nem
por você nem por outras pessoas.
Amamentando, você estará aumentando o risco de contaminação da criança."
A importância de vacinar as
crianças com todas as doses de rotina também é destacada.
A cartilha aborda questões delicadas de forma didática, como,
por exemplo, a possibilidade ou
não de transmissão do vírus em
brincadeiras entre crianças. "Não
se tem conhecimento de crianças
que se contaminaram brincando",
diz o texto.
"Nos acidentes em que as crianças se machuquem, os cuidados já
são conhecidos: é preciso lavar
bem as mãos, limpar o ferimento e
proteger-se do contato com o sangue, independentemente se a
criança é ou não portadora do
HIV."
O livreto desaconselha a mãe a
tirar o filho da escola e diz que o
estabelecimento deve aceitá-lo.
"Você poderá exigir, caso queira,
o total sigilo do estado de seu filho", esclarece o texto.
Em relação ao direito há outros
esclarecimentos: "Se você for um
portador do HIV e seu filho também, a lei garante a vocês dois o
direito ao auxílio-doença, à liberação do FGTS (Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço), à isenção
do Imposto de Renda e a todo tipo
de ajuda jurídica necessária."
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