São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
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Câmara deve cassar os dois e barrar CPI

da Reportagem Local

Líderes governistas na Câmara Municipal defendem a cassação de Maeli Vergniano (sem partido) e José Izar (PFL) e o arquivamento das duas propostas de CPI que há na Casa. Para esses vereadores, as duas cassações deixariam a opinião pública satisfeita e a cobrança sobre os parlamentares seria menor, propiciando o arquivamento da CPI sem maiores danos à imagem da Câmara.
"A base governista é contra qualquer CPI, mas só iremos discutir o assunto após a definição dos dois processos de cassação", afirmou Miguel Colasuonno (PPB), um dos vereadores mais próximos do prefeito Celso Pitta.
A idéia divulgada pelos líderes aos demais governistas é cassar Maeli hoje, Izar amanhã e derrubar as duas propostas de CPI na quinta-feira. Há duas propostas de comissão de inquérito na pauta. Uma da oposição, de autoria de Roberto Trípoli (PSDB), e outra da situação, assinada por Miriam Athiê (PMDB). Para qualquer uma delas ser aprovada ou derrubada, são necessários votos de 28 vereadores.
A sessão de julgamento de Maeli tem início às 10h de hoje. Para um vereador ser cassado, são necessários os votos de 37 vereadores. Dos 55 parlamentares paulistanos, apenas dois não votam: a própria Maeli e José Eduardo Cardozo (PT), o autor da denúncia. A oposição, que hoje terá 21 votos, fechou questão pela cassação. Se metade dos 32 governistas que votam hoje decidir pela cassação, Maeli perde o mandato.
Mas o plano dos líderes da bancada de apoio a Pitta pode dar errado porque o voto é secreto. "O resultado da votação é imprevisível. Um vereador pode dizer uma coisa e votar diferente", afirmou Colasuonno.
Caso um vereador divulgue seu voto antes da abertura da urna, pode ser impugnado.
Outro fator que pode influenciar e que assessores de Izar e Maeli estão ameaçando vereadores que votarem a favor da cassação. Segundo um vereador do PTB, os assessores afirmam ter dossiês com irregularidades de outros parlamentares. Em caso de cassação, divulgariam os dossiês.
Essa foi a última cartada de Maeli para salvar o mandato. Ontem, ela não compareceu à Câmara. Procurada pela Folha, a vereadora afirmou que não dará declarações até o final do julgamento.
Há três acusações contra Maeli, que serão votadas separadamente pelo plenário: enriquecimento ilícito, intimidação de testemunhas e uso ilícito de carro cedido pela Vega Ambiental. (OC)


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