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SEM INVESTIMENTO
Iniciativa privada
esquece projeto
Falta de dinheiro reduz ações do Amanhã
da Folha Ribeirão
Três anos depois de criado, o
projeto Amanhã, que atendia a
Febem de Ribeirão Preto, perdeu
apoio da iniciativa privada e praticamente não existe mais.
O projeto começou no final de
96, logo depois de uma série de
rebeliões e fugas em massa, em
uma parceria entre Justiça, promotoria e iniciativa privada.
A proposta era a implantação
de um projeto psicopedagógico
que de fato recuperasse os internos. Para isso, foram criadas oficinas com o apoio da iniciativa
privada, como de mecânica, informática e marcenaria.
No início, as oficinas atendiam
todos os interessados. Alguns
voluntários também passaram a
participar do dia-a-dia da Febem.
Hoje, elas continuam funcionando, mas só têm capacidade
para atender 30% dos internos,
segundo a promotoria. Além
disso, os participantes são meninos infratores que estão prestes a
ser liberados.
Outras etapas, como o acompanhamento psicológico aos dependentes de drogas e algumas
oficinas, como a de panificação,
não chegaram a ser implantadas.
Além das oficinas, o projeto
viabilizou uma reforma emergencial na unidade, dividindo o
pavilhão em quatro alas. Os meninos primários passaram a ficar
separados dos reincidentes.
A obra foi orçada em R$ 200
mil e paga com recursos conseguidos pelo programa com a comunidade. Seis meses depois, as
fugas na unidade já haviam caído pela metade.
O projeto perdeu força há um
ano e meio por falta de participação. Há cerca de um mês, a promotoria proibiu até a entrada de
voluntários porque não havia
como garantir a segurança.
"Os resultados imediatos foram muito positivos e ainda há
alguma coisa funcionando. O
problema é que perdemos o
apoio popular e passou a ficar difícil conseguir dinheiro. Vender
o que eu vendo é muito difícil",
afirma o promotor da Infância e
da Juventude Luiz Henrique Pacini Costa.
Para Pacini Costa, a situação
hoje é pior do que há três anos,
quando começou o projeto
Amanhã. "Talvez com essa crise
toda haja interesse em retomar
as atividades do projeto. A situação atual é ainda mais crítica que
há três anos", diz o promotor.
Anteontem, entidades e políticos de Ribeirão começaram a
discutir um projeto para realizar
outra reforma na unidade.
(LC)
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