São Paulo, Domingo, 31 de Outubro de 1999
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SEM INVESTIMENTO
Iniciativa privada esquece projeto

Falta de dinheiro reduz ações do Amanhã

da Folha Ribeirão

Três anos depois de criado, o projeto Amanhã, que atendia a Febem de Ribeirão Preto, perdeu apoio da iniciativa privada e praticamente não existe mais.
O projeto começou no final de 96, logo depois de uma série de rebeliões e fugas em massa, em uma parceria entre Justiça, promotoria e iniciativa privada.
A proposta era a implantação de um projeto psicopedagógico que de fato recuperasse os internos. Para isso, foram criadas oficinas com o apoio da iniciativa privada, como de mecânica, informática e marcenaria.
No início, as oficinas atendiam todos os interessados. Alguns voluntários também passaram a participar do dia-a-dia da Febem.
Hoje, elas continuam funcionando, mas só têm capacidade para atender 30% dos internos, segundo a promotoria. Além disso, os participantes são meninos infratores que estão prestes a ser liberados.
Outras etapas, como o acompanhamento psicológico aos dependentes de drogas e algumas oficinas, como a de panificação, não chegaram a ser implantadas.
Além das oficinas, o projeto viabilizou uma reforma emergencial na unidade, dividindo o pavilhão em quatro alas. Os meninos primários passaram a ficar separados dos reincidentes.
A obra foi orçada em R$ 200 mil e paga com recursos conseguidos pelo programa com a comunidade. Seis meses depois, as fugas na unidade já haviam caído pela metade.
O projeto perdeu força há um ano e meio por falta de participação. Há cerca de um mês, a promotoria proibiu até a entrada de voluntários porque não havia como garantir a segurança.
"Os resultados imediatos foram muito positivos e ainda há alguma coisa funcionando. O problema é que perdemos o apoio popular e passou a ficar difícil conseguir dinheiro. Vender o que eu vendo é muito difícil", afirma o promotor da Infância e da Juventude Luiz Henrique Pacini Costa.
Para Pacini Costa, a situação hoje é pior do que há três anos, quando começou o projeto Amanhã. "Talvez com essa crise toda haja interesse em retomar as atividades do projeto. A situação atual é ainda mais crítica que há três anos", diz o promotor.
Anteontem, entidades e políticos de Ribeirão começaram a discutir um projeto para realizar outra reforma na unidade. (LC)

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