São Paulo, Domingo, 31 de Outubro de 1999
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SAÚDE
Especialistas divergem sobre quando iniciar tratamento
Coquetel anti-Aids pode dar sobrevida de 18 anos a doente

AURELIANO BIANCARELLI
enviado especial a Lisboa
O emprego bem sucedido do coquetel anti-Aids pode adiar o aparecimento da doença por 18 anos ou mais. Sem tratamento algum, as pessoas infectadas tendem a cair doente num período médio de oito anos.
A promessa de 18 anos de saúde é, por enquanto, uma teoria, já que o inibidor de protease - última droga das três que formam o coquetel- só foi lançada há três anos.
A projeção foi feita a partir dos resultados do Eurosida, estudo iniciado em 94 e que vem acompanhando 8.500 pacientes de 60 centros em 20 países europeus.
Os resultados foram apresentados na 7ª Conferência Européia de Aids realizada na última semana em Lisboa. A projeção do Eurosida provocou uma longa discussão no congresso: o momento de se iniciar o tratamento e qual dosagem a ser indicada. A tese do "bater cedo e forte", defendida há dois anos, vem sendo questionada diante dos efeitos colaterais.
As opiniões são divergentes. O pesquisador inglês Ian Weller defende que só há desvantagens quando se começa muito cedo, pois o sistema imunológico fica sujeito aos vírus resistentes e aos efeitos colaterais.
Já a pesquisadora francesa Christine Katlana diz que "quanto mais cedo, melhor será, pois o sistema imunológico terá tempo para definir estratégias e reforçar as respostas".
Na realidade, os especialistas estão em compasso de espera, tentando lidar da melhor forma com as drogas que têm à mão.


Aureliano Biancarelli viajou a convite do laboratório Abbott


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