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Sem notícias, mães vão ao desespero
da Reportagem Local
A falta de informação e listas de
menores com nomes trocados levaram ontem as mães ao desespero na frente da unidade da Febem
da rodovia dos Imigrantes (zona
sudeste de São Paulo). Algumas
delas estão desde sábado passado,
quando teve início a rebelião, sem
conseguir notícias sobre os filhos.
A dificuldade em localizar os internos começou após as transferências. Dos 837 meninos que estavam na Febem, 684 foram
transferidos para outras cinco
unidades. Até as 14h30 de ontem,
153 internos ainda continuavam
na Febem Imigrantes.
Segundo funcionários da instituição, as listas de internos ficaram prejudicadas porque muitos
se negaram a divulgar seus nomes, alegando medo de ir para
outras unidades.
"Não sei se meu filho está vivo
ou morto ou se fugiu. Ninguém
sabe onde ele está", disse a costureira Ana Maria da Silva, 37, que
desde sábado tenta localizar seu
filho de 15 anos.
Funcionários da Febem afirmaram que, na primeira contagem
dos internos, segunda à noite, pelo menos 50 meninos se negaram
a fornecer os nomes, o que dificulta a localização deles até para
seus familiares.
As mães cujos filhos estavam na
Imigrantes conseguiram entrar
ontem para visitá-los.
"Não acreditei quando vi meu
menino. Ele está bem, está com o
pé cortado, mas graças a Deus eu
sei onde ele está", disse a doméstica Iracema dos Santos Freire, que
chegou a passar mal ontem,
quando ainda não sabia o paradeiro do filho.
As mães que conseguiram localizar os filhos nas listas de transferência foram levadas em ônibus
municipais para as unidades.
Até as 14h30 de ontem, seis ônibus levaram cerca de 200 familiares às unidades Tatuapé, Pinheiros e Raposo Tavares.
A intenção do governo do Estado é deixar a unidade Imigrantes
completamente vazia ainda hoje.
O adolescente A.B.S., 15, foi o
único interno a ser libertado ontem da Febem Imigrantes.
Seu advogado conseguiu uma
autorização judicial, alegando
que A. ficou 45 dias na unidade
sem ser ouvido na Justiça, o que é
irregular. A. vai permanecer em
liberdade até ser julgado.
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