São Paulo, Domingo, 31 de Outubro de 1999
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Governador diz que fuga é agressão a ele

CLÁUDIA COLLUCCI
da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas, disse ontem que a fuga dos 15 menores do complexo Tatuapé da Febem é uma agressão dos adolescentes contra ele.
"Não é possível. Passei a tarde toda de ontem conversando com os meninos. Além disso, a unidade está cercada por policiais e cães", disse ontem, após inauguração de apartamentos da CDHU, na zona leste da capital. Ele soube da fuga durante entrevista à imprensa.
Sobre as declarações do ministro da Justiça, José Carlos Dias, de que está aguardando um pedido formal do governador para fornecer ajuda do governo federal, Covas disse ainda que não sabe o que pedir. "Talvez eles possam ajudar na construção de novas unidades. Ajuda não faz as coisas acontecerem mais depressa, mas é sempre bem-vinda", afirma.
O governador garantiu que, em seis meses, "São Paulo terá a Febem modelo do país". Ele disse que ontem algumas casas abandonadas da Febem de Franco da Rocha começaram a ser reformadas para servirem de abrigos.
Segundo Covas, nos próximos dias serão inauguradas novas unidades para menores em Campinas, Guarujá e Mogi Mirim.
Ele afirmou que, desde o último sábado, a Vara da Infância e da Juventude de São Paulo já determinou a internação de novos 179 menores. Esses menores estão na UAI (Unidade de Acolhimento Inicial) e deveriam permanecer no local apenas 24 horas.
O governador disse que já está providenciando um local para abrigar provisoriamente esses menores.
Segundo Covas, após a divulgação na imprensa sobre a recusa de prefeitos do interior para a construção de unidades da Febem em suas cidades, muitos prefeitos estão procurando o governo oferecendo os municípios para serem sedes de novas unidades.
Ele afirma que as próximas unidades vão contar com separação de menores drogados e com problemas psicológicos. Além disso, internos de maior periculosidade serão separados dos demais para não acontecer o que vinha ocorrendo nas unidades atuais, onde muitos eram obrigados a participar de rebeliões.


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