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Governador diz que fuga é agressão a ele
CLÁUDIA COLLUCCI
da Reportagem Local
O governador de São Paulo,
Mário Covas, disse ontem que a
fuga dos 15 menores do complexo
Tatuapé da Febem é uma agressão dos adolescentes contra ele.
"Não é possível. Passei a tarde
toda de ontem conversando com
os meninos. Além disso, a unidade está cercada por policiais e
cães", disse ontem, após inauguração de apartamentos da CDHU,
na zona leste da capital. Ele soube
da fuga durante entrevista à imprensa.
Sobre as declarações do ministro da Justiça, José Carlos Dias, de
que está aguardando um pedido
formal do governador para fornecer ajuda do governo federal, Covas disse ainda que não sabe o que
pedir. "Talvez eles possam ajudar
na construção de novas unidades.
Ajuda não faz as coisas acontecerem mais depressa, mas é sempre
bem-vinda", afirma.
O governador garantiu que, em
seis meses, "São Paulo terá a Febem modelo do país". Ele disse
que ontem algumas casas abandonadas da Febem de Franco da
Rocha começaram a ser reformadas para servirem de abrigos.
Segundo Covas, nos próximos
dias serão inauguradas novas unidades para menores em Campinas, Guarujá e Mogi Mirim.
Ele afirmou que, desde o último
sábado, a Vara da Infância e da
Juventude de São Paulo já determinou a internação de novos 179
menores. Esses menores estão na
UAI (Unidade de Acolhimento
Inicial) e deveriam permanecer
no local apenas 24 horas.
O governador disse que já está
providenciando um local para
abrigar provisoriamente esses
menores.
Segundo Covas, após a divulgação na imprensa sobre a recusa de
prefeitos do interior para a construção de unidades da Febem em
suas cidades, muitos prefeitos estão procurando o governo oferecendo os municípios para serem
sedes de novas unidades.
Ele afirma que as próximas unidades vão contar com separação
de menores drogados e com problemas psicológicos. Além disso,
internos de maior periculosidade
serão separados dos demais para
não acontecer o que vinha ocorrendo nas unidades atuais, onde
muitos eram obrigados a participar de rebeliões.
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