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Edith Elenore Parsloe (1921-2012)

Enfermeira de sotaque americano

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

O que não perdeu de jeito algum, desde que veio viver no Brasil em 1948, foi o sotaque. Edith Elenore Parsloe, norte-americana de Appleton, no Estado de Wisconsin, sempre trocava um ou outro "o" pelo "a" (ou vice-versa) ao falar a língua portuguesa.

A enfermeira veio ao país após ter conhecido nos Estados Unidos, nos anos 40, o médico santista Carlos Parsloe, um dos precursores da anestesiologia no Brasil.

Carlos tinha ido fazer uma residência de dois anos no Departamento de Anestesiologia do hospital geral da Universidade de Wisconsin. Conheceu Edith e a trouxe para cá. Casaram-se no Brasil, já com filhos -tiveram três.

Moraram em São Paulo e Santos. Ela não mais exerceu a profissão, mas, até os anos 90, integrou um grupo de mulheres americanas casadas com brasileiros que fazia trabalhos de caridade em creches e hospitais -como costurar lençóis no Samaritano.

Por causa das amigas conterrâneas, sentia ter um pedacinho dos EUA no Brasil. Foi a maneira que achou para continuar em contato com a própria cultura. Às vezes, ao ver algo de errado e desanimador no Brasil, brincava que no seu país era melhor.

O golfe que outrora jogara também abandonou aqui.

Aproveitava que o marido (médico do Samaritano e do Oswaldo Cruz) presidia a WSFA, a Federação Mundial das Sociedades de Anestesiologistas, para viajar com ele.

Descrita como guerreira pela filha Patrícia, sofreu em 2008 um acidente vascular cerebral. Viúva desde 2009, morreu na quinta (22), aos 90, de falência de órgãos. Teve cinco netos e dois bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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