Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Doceira vai passar por tratamento após envenenar jovens

Marido foi espancado por ela para que não soubesse do crime; ele ainda está na UTI

NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

A doceira que enviou brigadeiros envenenados para uma adolescente em Curitiba deve passar por tratamento psicológico, diz a polícia.

O pedido foi feito pelo delegado Rubens Recalcatti em inquérito enviado ao Ministério Público. Margarete Aparecida Marcondes, 45, foi presa no sábado.

A suspeita foi encontrada dormindo dentro de um carro em Barra Velha, no norte de Santa Catarina. Segundo o delegado, ela teve momentos de crise durante a volta a Curitiba. "Ela batia com a mão na cabeça e dizia 'eu preciso tratar aqui'", afirma.

Ela foi indiciada sob suspeita de quatro tentativas de homicídio já que quatro adolescentes comeram o doce com chumbinho -veneno para matar ratos.

O crime ocorreu em 12 de março, quando uma adolescente de 14 anos e três amigos dela passaram mal e foram internados depois de comer brigadeiros entregues em uma caixa por um taxista. Todos passam bem.

Em depoimento, a doceira, que é amiga da família da garota, disse que foi contratada para fazer os doces da festa de 15 anos da menina. Segundo o delegado, ela disse à polícia que decidiu envenenar os doces porque tinha gasto os R$ 7.000 recebidos para fazer a festa e queria adiar a entrega da encomenda.

A doceira era procurada desde 22 de março, quando a polícia achou o marido dela gravemente ferido em casa. Segundo a polícia, Margarete assumiu ter espancado o marido com um rolo de macarrão. "Ela ficou com medo que ele soubesse que ela envenenou os doces."

O marido da doceira, Nercival Cenedezi, 49, está na UTI de um hospital em Joinville (SC). Ele sofreu traumatismo craniano.

O pai da jovem, o PM Edilson Temiski, 46, disse que a doceira chegou a procurar a família três dias após o crime. "Ela abraçou minha mulher e disse: 'Agora nós vamos ter que adiar a festa, né?'", diz.

Segundo Temiski, a doceira já tinha feito doces para a festa de outra filha do casal. "Ela sempre foi cativante. Era a última pessoa de quem iríamos desconfiar."

A Folha procurou o advogado da doceira, mas ele não respondeu às ligações até a conclusão desta edição.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.