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Sean diz pensar em visitar o Brasil quando for mais velho

À TV americana, menino afirma que precisa antes conseguir lidar com sentimentos

Pai diz que família do garoto foi cruel e manipuladora; advogado da avó materna rebate críticas

VERENA FORNETTI
DE NOVA YORK

Sean Goldman, o menino que nasceu nos Estados Unidos, foi trazido ao Brasil e voltou ao país de origem após decisão judicial, disse ontem que pensa em visitar o Brasil quando ficar mais velho.

"[Quando penso no Brasil], penso que talvez um dia volte para visitar, mas quando ficar mais velho, porque vou conseguir lidar com os sentimentos [...]. [Agora não porque] não quero ficar triste. Tem gente que gosta de mim lá, mas tem gente que gosta de mim aqui."

"Tive sentimentos contraditórios", disse o garoto ontem, quando perguntado se queria voltar aos EUA, em entrevista à rede americana NBC. Foi a primeira vez que ele falou sobre o assunto.

Sean, 11, foi levado ao Brasil sem consentimento paterno pela mãe, Bruna Bianchi, em 2004. Depois de se separar do marido, ela se casou de novo e morreu após o parto da filha, em 2008.

No ano seguinte o STF deu ao pai biológico o direito de levar o filho aos EUA.

Sean afirmou que sente falta da mãe. "Eu fico triste de vez em quando, mas eu tento viver com isso."

Ele também destacou mais de uma vez a boa relação que tem com o pai biológico, David Goldman, a quem chamou de melhor amigo.

O garoto disse que os últimos dois anos, período em que teve de se readaptar aos EUA, 'não foram nada fáceis', mas que o pai o ajuda. "Agora tenho um guia, meu pai. É mais fácil [do que os cinco anos que ficou no Brasil] porque tenho meu pai."

DAVID

O pai do garoto também deu entrevista e disse que a família brasileira foi cruel.

"Disseram a ele que eu não o amava. Ele teve que sucumbir ao sequestrador, que foi manipulador, narcisista e cruel", disse David à NBC.

A NBC pagou viagens de David ao Brasil durante a batalha judicial pela guarda da criança e disponibilizou o avião que levou a família do Rio aos EUA. Goldman não dá entrevistas a outras empresas de comunicação.

A família brasileira de Sean nega acusações feitas ontem por David. '

"Ele diz frases de efeito em contexto de estratégia promocional. É estratégia para vender o livro que ele mesmo anuncia no fim da entrevista", diz o advogado Carlos Nicodemos, que representa a avó materna.

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