São Paulo, domingo, 01 de janeiro de 2006
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CONSUMO Planejamento de encomendas pelo comércio para o final de 2005 impediu que fábricas mantivessem produção excessiva Estoque ajustado evita "parada" da indústria
ADRIANA MATTOS DA REPORTAGEM LOCAL O ajuste de estoques promovido pela indústria na segunda metade de 2005 já reflete no atual cenário de produção e estocagem das empresas. Não haverá férias coletivas para o setor eletroeletrônico em 2006, que volta a operar normalmente nesta semana. Entre as montadoras de automóveis, as fábricas da Volkswagem e a linha da Ford na Bahia decidiram não parar as máquinas em dezembro. Entre os setores ouvidos pela Folha, o de máquinas e equipamentos carrega um nível maior de estocagem atualmente. Esse movimento é resultado de uma afinação maior entre demanda e produção ocorrida durante todo o ano passado, especialmente no último trimestre, de maneira que as empresas não virassem 2005 carregando estoques desnecessários -como já aconteceu em anos anteriores. O processo de ajuste foi feito de forma que as primeiras entregas de eletroeletrônicos, por exemplo, para a liquidação de itens nesta semana, começaram a acontecer nas últimas duas semanas de dezembro -praticamente em tempo real. Devem se estender também por este mês. Na Philips, uma semana antes do Natal a empresa encaminhou para as lojas parte das mercadorias para venda neste mês, segundo José Fuentes, vice-presidente de eletrônicos de consumo. Se a entrega às lojas começasse antes, ou se a indústria iniciasse a produção muito cedo, ambas acabariam carregando estoques para 2006. Detalhe: os inventários das empresas contabilizam produtos parados nos pátios e centros de distribuição até ontem. "No final do ano, as fábricas da CCE e da Semp Toshiba em Manaus não pararam de produzir, sem a concessão de férias coletivas. Em 2004 isso aconteceu", disse Waldemir Santana, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado do Amazonas. Segundo ele, as unidades da Sony e da Gradiente na Zona Franca de Manaus concederam descanso nas duas últimas semanas de dezembro, mas a primeira volta a trabalhar depois de amanhã (dia 3) e a segunda, no dia 9. Estimativas acertadas Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas publicada em novembro mostra que os estoques industriais sofreram redução no segundo semestre de 2005, quando os ajustes das empresas -provenientes da redução de demanda e da queda na confiança do consumidor- tiveram de ser feitos. A parcela das empresas que consideravam ter estoques excessivos saltou de 5% em outubro de 2004 para 14% em julho de 2005. A partir daquele mês a taxa começou a cair e atingiu 12% em outubro último, de acordo com levantamento realizado com 904 empresas entre setembro e outubro em todo o país. Segundo Waldemir Colleone, superintendente da Lojas Cem, um fator favoreceu esse ajustamento entre comércio e indústria, evitando o desequilíbrio nos estoques no final do ano. Ambos traçaram estimativas acertadas a respeito da demanda e, por isso, não tiveram surpresas ruins. As lojas de eletrônicos trabalhavam com estimativa de aumento de 5% nas vendas em dezembro. A Serasa apurou alta de 6% e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo), de 4%. "O Natal foi morno, como imaginávamos. Então só reconfirmamos nossas previsões e torcemos para que janeiro tenha alguma demanda, já que fevereiro é praticamente um mês perdido com os feriados do Carnaval", diz Colleone. Texto Anterior: Declaração: Governo altera o prazo de entrega da Rais Próximo Texto: Montadoras decidem manter produção Índice |
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