São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

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Força leva a Dornelles proposta para o FGTS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Força Sindical entregou ontem ao ministro Francisco Dornelles (Trabalho) a sua proposta para repor as perdas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) produzidas pelos planos Verão e Collor 1.
De acordo com a sugestão da central, a multa do fundo na caso de demissão deveria subir de 40% para 60%. A diferença seria destinada ao pagamento da dívida.
O projeto só irá tramitar no Congresso em fevereiro, após a convocação extraordinária. A proposta foi enviada ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao ministro Dornelles.
A proposta foi entregue pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. O ministro do Trabalho não comentou o plano da central.
O colaborador do Ministério do Trabalho e economista José Márcio Camargo afirma que a solução apresentada pela Força Sindical pode aumentar em 1,6% o custo mensal do trabalhador com carteira assinada.
Ontem, Dornelles adiou para o próximo dia 15 o anúncio da proposta do governo para a correção dos saldos.
Na semana passada, o ministro havia dito aos líderes de centrais sindicais que a proposta seria divulgada nos primeiros dias de fevereiro. O governo deverá apresentar aos sindicalistas várias propostas para a correção.
Entre as propostas que já chegaram a ser discutidas estão a retenção da multa de 40% paga aos demitidos e a utilização de parte do dinheiro arrecadado das empresas para o sistema S (Sesi, Sesc, Senai, Senac e Sebrae) para corrigir os saldos.

Moreira Ferreira
O deputado federal Moreira Ferreira (PFL-SP) também apresentou ontem proposta para viabilizar o pagamento do reajuste do FGTS.
Projeto de lei apresentado pelo deputado prevê que os juros dos financiamentos com recursos do FGTS passem dos atuais 3% para 6%. Além disso, 20% dos recursos disponíveis no FGTS poderiam ser aplicados no mercado, com remunerações maiores.
"O dinheiro do FGTS é do trabalhador, a Caixa só administra. E essa administração tem que aplicar melhor o dinheiro", afirmou o deputado.
De acordo com Moreira Ferreira, que também é presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a proposta permitiria o pagamento do reajuste em até seis anos, em parcelas semestrais, a todos os trabalhadores registrados na época dos dois planos.
Já os trabalhadores que ganharam na Justiça o direito ao reajuste receberiam a diferença em dois anos, em parcelas trimestrais.
O deputado considera essa proposta a "mais justa" já apresentada ao governo, pois não oneraria nem empregadores nem seus funcionários. "Quem tem de pagar é o Tesouro Nacional", disse Moreira Ferreira.
O deputado criticou a proposta da Força Sindical. Segundo ele, a medida iria incentivar o desemprego e onerar o "custo Brasil".



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