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EMPREGO
Estudo indica que abertura do ramo deve criar os postos de trabalho para mão-de-obra altamente especializada
Indústria petrolífera deve criar 18 mil vagas em 5 anos
ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO
Nos próximos cinco anos, a indústria petrolífera brasileira vai
criar, em média, dez postos de trabalho por dia para uma mão-de-obra altamente especializada.
Surgirão, no mínimo, 18 mil vagas -56% delas na região Sudeste- até 2005 para profissionais
ainda escassos no país, tais como
engenheiros de petróleo e de perfuração. Trata-se de um crescimento de 63% em relação ao efetivo que havia no mercado brasileiro no ano passado.
A projeção saiu de um levantamento inédito encomendado pela
Onip (Organização Nacional da
Indústria do Petróleo) à consultoria T. Consulting -estudo pago
com recursos do próprio petróleo
(royalties).
"No petróleo, essa expansão
ainda depende do sucesso das
descobertas, mas as perspectivas
são muito boas", afirmou Eduardo Rappel, diretor-geral da Onip.
Segundo ele, a estimativa de 18
mil vagas é conservadora, por estar em grande parte baseada nas
projeções feitas hoje pela Petrobras e suas parceiras.
Para o estudo, foram ouvidas 32
empresas, identificando as 52
profissões que mais crescerão
com a abertura do ramo de petróleo e gás. Esse pessoal, devido ao
monopólio, só é encontrado nos
quadros (ou ex-quadros) da Petrobras.
De qualquer forma, jamais um
ramo industrial experimentou
um crescimento tão expressivo
no emprego em tão pouco tempo,
segundo a CNI (Confederação
Nacional da Indústria).
"É um crescimento extraordinário porque esse é um setor em
forte expansão, mais até do que o
de telecomunicações", disse o
economista Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de
Política Econômica da CNI.
Mas Castelo Branco explica que
o impacto na taxa geral de emprego industrial será pequeno porque o ramo petrolífero não tem
um peso grande nas contratações
do parque industrial brasileiro.
O objetivo da Onip é chamar a
atenção das instituições de ensino
para a demanda de mão-de-obra
que está se formando no país devido à entrada de 35 empresas petrolíferas num ramo até há pouco
monopolizado pela Petrobras.
"O que queremos é formar pessoal e evitar a importação de mão-de-obra especializada", disse o diretor-geral da Onip. Esse é um
problema que poderá ser contornado, destaca Eduardo Rappel,
porque os investimentos bilionários ainda levarão entre dois e cinco anos para acontecer.
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