São Paulo, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2001

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EMPREGO

Estudo indica que abertura do ramo deve criar os postos de trabalho para mão-de-obra altamente especializada

Indústria petrolífera deve criar 18 mil vagas em 5 anos



ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO

Nos próximos cinco anos, a indústria petrolífera brasileira vai criar, em média, dez postos de trabalho por dia para uma mão-de-obra altamente especializada.
Surgirão, no mínimo, 18 mil vagas -56% delas na região Sudeste- até 2005 para profissionais ainda escassos no país, tais como engenheiros de petróleo e de perfuração. Trata-se de um crescimento de 63% em relação ao efetivo que havia no mercado brasileiro no ano passado.
A projeção saiu de um levantamento inédito encomendado pela Onip (Organização Nacional da Indústria do Petróleo) à consultoria T. Consulting -estudo pago com recursos do próprio petróleo (royalties).
"No petróleo, essa expansão ainda depende do sucesso das descobertas, mas as perspectivas são muito boas", afirmou Eduardo Rappel, diretor-geral da Onip. Segundo ele, a estimativa de 18 mil vagas é conservadora, por estar em grande parte baseada nas projeções feitas hoje pela Petrobras e suas parceiras.
Para o estudo, foram ouvidas 32 empresas, identificando as 52 profissões que mais crescerão com a abertura do ramo de petróleo e gás. Esse pessoal, devido ao monopólio, só é encontrado nos quadros (ou ex-quadros) da Petrobras.
De qualquer forma, jamais um ramo industrial experimentou um crescimento tão expressivo no emprego em tão pouco tempo, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"É um crescimento extraordinário porque esse é um setor em forte expansão, mais até do que o de telecomunicações", disse o economista Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI.
Mas Castelo Branco explica que o impacto na taxa geral de emprego industrial será pequeno porque o ramo petrolífero não tem um peso grande nas contratações do parque industrial brasileiro.
O objetivo da Onip é chamar a atenção das instituições de ensino para a demanda de mão-de-obra que está se formando no país devido à entrada de 35 empresas petrolíferas num ramo até há pouco monopolizado pela Petrobras.
"O que queremos é formar pessoal e evitar a importação de mão-de-obra especializada", disse o diretor-geral da Onip. Esse é um problema que poderá ser contornado, destaca Eduardo Rappel, porque os investimentos bilionários ainda levarão entre dois e cinco anos para acontecer.


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