São Paulo, segunda, 1 de fevereiro de 1999

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Dólar não pode oscilar, diz Loyola

da Reportagem Local

O ex-presidente do Banco Central e hoje consultor privado Gustavo Loyola avalia que a taxa de câmbio não pode continuar oscilando da forma observada desde que o governo deixou a cotação flutuar livremente.
"O câmbio é um elemento importante de definição de expectativas e não pode ser determinado pelos humores do mercado."
O economista disse que a ausência do Banco Central nas operações de câmbio tem dado margens a um processo especulativo, acentuado pelas imperfeições do mercado brasileiro. "É importante que o governo conduza o processo de transição de regime cambial."
Segundo Loyola, "com o câmbio voltando a um patamar equilibrado, o impacto inflacionário da desvalorização será pequeno."
Em caso contrário, a economia poderá ficar sujeita à indexação, o que deveria ser evitado.
Para isso, o governo tem que insistir no ajuste fiscal e ter uma postura mais atuante.
"O Banco Central não pode ser vítima de enfraquecimento".
Gustavo Loyola afirmou que o temor de confisco de poupança que surgiu nos últimos dias não tem fundamento. "Não sequer há necessidade", afirmou.
Segundo o economista, a centralização do câmbio também não seria a melhor alternativa a ser adotada no país.
"As empresas operam com liberdade nas operações de câmbio e burocratizar não é transparente", opina Loyola. "Isso afastaria o Brasil do contexto internacional e o país deve manter as bases de mudança que vêm ocorrendo desde o início do Plano Real", finaliza.



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