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Produtividade
motiva corte
da Reportagem Local
A Ford não vai voltar atrás
na decisão de demitir 2.800
funcionários da fábrica de
São Bernardo. Os cortes
não foram apenas uma resposta à queda de 30% nas
vendas da marca em 98.
A principal meta com a
redução de 41% do quadro é
elevar a produtividade da
fábrica, que está bem abaixo dos padrões da Ford em
nível mundial.
Antes das demissões, a
Ford contava com cerca de
6.800 empregados no ABC.
A produção média, segundo cálculos da própria fábrica, era de, no máximo, 30
carros/ano por funcionário.
Com a redução de pessoal, a fábrica dobra a produtividade. Mas desde que
toda a capacidade - 250
mil carros por ano- seja
utilizada.
Só que este ano a Ford
ainda não montou nenhum
carro no ABC, por causa da
ocupação da fábrica pelos
funcionários demitidos.
Quando retomar a produção, a meta é operar com
50% da capacidade, ou seja,
cerca de 125 mil carros.
O que significa que há espaço para enxugar ainda
mais o quadro de pessoal, se
não houver reação do mercado nos próximos meses.
A comparação mais frequente dentro da própria
Ford é com a fábrica inglesa
de Halewood, que produz o
Escort europeu. Com o
mesmo custo de São Bernardo, Halewood produz
três vezes mais.
Em relação à nova fábrica
que a montadora começa a
construir em Guaíba, no
Rio Grande do Sul, o contraste é ainda maior. A Ford
quer produzir 150 mil carros por ano com apenas
1.500 funcionários diretos,
o que dá 100 carros/ ano por
empregado.
Mas o que mais preocupa
os executivos da Ford é que
a montadora é menos produtiva do que as demais
empresas instaladas no
Brasil, tanto as que estão
aqui há mais tempo como
as recém-chegadas.
A Toyota, que monta o
Corolla em Indaiatuba (SP),
está atingindo a média de 60
carros por funcionários. A
Chrysler, no Paraná, chega
a 50 unidades/empregado.
Com as vendas em queda
e perdendo participação de
mercado para os concorrentes, a Ford Brasil tem dado prejuízo para a matriz
nos últimos anos, embora
os números não sejam divulgados.
A decisão de demitir agora foi tomada para estancar
essas perdas. A produção de
carros da Ford no Brasil
-Ka, Fiesta e picape Courier- está toda concentrada no ABC, o que torna vital
o desempenho da unidade
para o resultado final.
(APF)
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