São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2005

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RECEITA ORTODOXA

Emissões de títulos no mercado internacional já somam 73% do valor total programado para este ano

País faz captação de mais US$ 1 bi no exterior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Tesouro Nacional anunciou ontem a realização de mais uma operação de empréstimos do Brasil no exterior, no valor de US$ 1 bilhão. Ao todo, já foram captados neste ano US$ 2,9 bilhões no mercado internacional. Os títulos, com vencimento no ano de 2015, pagarão taxa final ao investidor de 7,9% ao ano.
O prêmio de risco embutido nos papéis corresponde a 3,53 pontos percentuais acima dos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de mesmo prazo, considerados totalmente seguros pelos investidores.
Não se pode dizer que a taxa da atual emissão tenha sido boa. No mês passado, o Tesouro também emitiu papéis de dez anos, porém no mercado europeu. A sobretaxa de risco (acima dos títulos do governo alemão de mesmo prazo) foi maior (equivalente a 3,98 ponto percentual), mas a taxa final, menor (7,55%).
No ano passado, o governo anunciou que pretendia tomar US$ 6 bilhões de empréstimos no exterior em 2005, mas antecipou, ainda em 2004, US$ 1,5 bilhão.
Somado com as captações realizadas entre janeiro e fevereiro, o total obtido (US$ 4,4 bilhões) já corresponde a 73,3% do valor total programado para este ano. A operação foi realizada pelos bancos americanos Citibank e JP Morgan.
No final de janeiro, o Tesouro captou US$ 1,250 bilhão com vencimento em 20 anos e remuneração de 8,90% ao ano. O prazo foi o mais longo desde janeiro do ano passado, quando o governo lançou US$ 1,5 bilhão em papéis de 30 anos.
No empréstimo em euros de janeiro, o governo obteve o equivalente a US$ 650 milhões. A captação anterior em euros havia sido feita em setembro do ano passado, por oito anos, com juros de 8,17% ao ano.
Na última emissão de papéis do Brasil no exterior em 2004, em dezembro, o governo captou US$ 500 milhões pelo prazo de dez anos. Por esse empréstimo o governo pagou remuneração de 8,244% ao ano ao comprador dos títulos. No ano passado, foram emitidos papéis no valor total de US$ 5,728 bilhões.

Reservas
O governo emite títulos da dívida para captar recursos no exterior, mas o dinheiro não é usado para investimentos. Os recursos vão para as reservas do país em moedas estrangeiras ou são empregados no pagamento de parte da dívida externa ou em compromissos com organismos internacionais, como FMI (Fundo Monetário Internacional).


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