São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2005

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Brasil vai liderar emissões na AL, afirma agência

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

O Brasil vai captar mais de US$ 107 bilhões em 2005 e dever se tornar o maior emissor de títulos de dívida pública e privada de longo prazo da América Latina e Caribe, segundo a agência de classificação de risco Standard & Poor's.
Na comparação com o número de 2004 (US$ 124 bilhões), os empréstimos para a região devem crescer mais de 60%, superando US$ 200 bilhões. Esse valor equivale a cerca de 25% da captação prevista para os Estados Unidos e menos de 5% do total mundial.
Nessa estimativa, a S&P incluiu emissões de novos títulos soberanos pela Argentina -que podem ocorrer após a renegociação de sua dívida com os credores. No fim de 2005, o Brasil deve responder por cerca de 49% do estoque total da dívida da região.
A S&P menciona que o perfil da dívida interna brasileira melhorou "muito" nos últimos anos. "A parcela dos títulos indexados ao dólar caiu para 9,95% da dívida interna ao final de 2004, em comparação com 22% no ano anterior."
Para a agência, a menor parcela corrigida pela moeda americana "ajudou a reduzir a exposição da dívida e dos saldos fiscais a flutuações da taxa de câmbio, assim consolidando a qualidade do crédito do país".
Segundo a S&P, a Argentina, que continua inadimplente em cerca de US$ 102 bilhões em dívidas (incluindo juros de mora), poderá emitir novos títulos de longo prazo neste ano. Se a atual negociação para troca de dívidas com os credores for bem-sucedida, o governo argentino poderá emitir entre US$ 38,5 bilhões e US$ 41,8 bilhões, segundo a S&P.
Os fundamentos da economia brasileira também foram elogiados pela agência de risco Fitch. Em nota divulgada ontem, a agência deu nota de crédito "BB-" com perspectiva estável para os títulos do governo brasileiro com vencimento em dez anos. "A dívida pública declinante mostra o compromisso com sólidas políticas macroeconômicas", diz a Fitch.


Colaborou a Reportagem Local

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