São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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BANCOS

Brasil e Argentina escapam

Santander vai cortar 8 mil postos de trabalho

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

As filiais do Brasil e da Argentina não estão incluídas no fechamento de 8.000 postos de trabalho que o BSCH (Banco Santander Central Hispano) fará este ano na América Latina, segundo informou um porta-voz do grupo na Espanha. Ao todo o corte deverá atingir 11 mil funcionários da instituição, sendo três mil na sede do grupo na Espanha.
No Brasil, o Santander controla o Banespa e tem 18 mil funcionários. No ano passado foram demitidos 8.200 empregados das duas instituições dentro de um PDV (Plano de Demissão Voluntária) aberto em abril, e que tinha prazo de 12 meses para ser concluído. A Folha apurou que se houver alguns funcionários remanescentes desse plano, eles sairão agora. Dessa forma, não estaria previsto novo ajuste.
Segundo o porta voz do grupo, na Argentina, a situação é muito incerta, não é possível tomar medidas, pois não se sabe como vai funcionar o sistema financeiro. O BSCH, segundo ele, não tem uma definição para sua operação naquele país que dependa de um sistema financeiro estável.
Na segunda-feira, o conselheiro-delegado do grupo Santander Central Hispano, Alfredo Sáenz, declarou em uma reunião com analistas de mercado, em Londres, que o BSCH condicionava sua permanência na Argentina à existência de um sistema financeiro rentável e deu prazo de três meses para decidir se abandona suas operações naquele país.
O comentário gerou protestos, ontem, do ministro da economia argentino, Roberto Lavagna. Ele telefonou ao embaixador da Espanha na Argentina , Manuel Alabart, e classificou as declarações do executivo do BSCH de "pouco prudentes neste momento".
O corte de pessoal que será feito este ano na Amérca Latina e Espanha foi um dos temas tratados Sáenz na sua exposição aos analistas em Londres. Ao ser indagado sobre o que o grupo fará para melhorar seus resultados financeiros neste ano, o executivo disse que haveria um enxugamento no quadro de pessoal que reduziria em 11 mil o total de postos de trabalho.
O BSCH tem mais de 60 mil funcionários na AL e o corte deste ano, segundo a instituição, já estava previsto dentro do programa de enxugamento iniciado em 2001. No ano passado houve um corte de 15 mil funcionários, 12,5 mil deles na AL.
Segundo o porta-voz, não se trata de demissões, não haverá custos trabalhistas, pois o que o grupo está fazendo é a antecipação de aposentadorias. Segundo ele, esse é um programa de longo prazo, pois o BSCH comprou muitos bancos na AL e tem de reavaliar sua estrutura.



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