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BANCOS
Brasil e Argentina escapam
Santander vai cortar 8 mil postos de trabalho
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
As filiais do Brasil e da Argentina não estão incluídas no fechamento de 8.000 postos de trabalho que o BSCH (Banco Santander Central Hispano) fará este
ano na América Latina, segundo
informou um porta-voz do grupo
na Espanha. Ao todo o corte deverá atingir 11 mil funcionários da
instituição, sendo três mil na sede
do grupo na Espanha.
No Brasil, o Santander controla
o Banespa e tem 18 mil funcionários. No ano passado foram demitidos 8.200 empregados das duas
instituições dentro de um PDV
(Plano de Demissão Voluntária)
aberto em abril, e que tinha prazo
de 12 meses para ser concluído. A
Folha apurou que se houver alguns funcionários remanescentes
desse plano, eles sairão agora.
Dessa forma, não estaria previsto
novo ajuste.
Segundo o porta voz do grupo,
na Argentina, a situação é muito
incerta, não é possível tomar medidas, pois não se sabe como vai
funcionar o sistema financeiro. O
BSCH, segundo ele, não tem uma
definição para sua operação naquele país que dependa de um sistema financeiro estável.
Na segunda-feira, o conselheiro-delegado do grupo Santander
Central Hispano, Alfredo Sáenz,
declarou em uma reunião com
analistas de mercado, em Londres, que o BSCH condicionava
sua permanência na Argentina à
existência de um sistema financeiro rentável e deu prazo de três
meses para decidir se abandona
suas operações naquele país.
O comentário gerou protestos,
ontem, do ministro da economia
argentino, Roberto Lavagna. Ele
telefonou ao embaixador da Espanha na Argentina , Manuel Alabart, e classificou as declarações
do executivo do BSCH de "pouco
prudentes neste momento".
O corte de pessoal que será feito
este ano na Amérca Latina e Espanha foi um dos temas tratados
Sáenz na sua exposição aos analistas em Londres. Ao ser indagado sobre o que o grupo fará para
melhorar seus resultados financeiros neste ano, o executivo disse
que haveria um enxugamento no
quadro de pessoal que reduziria
em 11 mil o total de postos de trabalho.
O BSCH tem mais de 60 mil funcionários na AL e o corte deste
ano, segundo a instituição, já estava previsto dentro do programa
de enxugamento iniciado em
2001. No ano passado houve um
corte de 15 mil funcionários, 12,5
mil deles na AL.
Segundo o porta-voz, não se
trata de demissões, não haverá
custos trabalhistas, pois o que o
grupo está fazendo é a antecipação de aposentadorias. Segundo
ele, esse é um programa de longo
prazo, pois o BSCH comprou
muitos bancos na AL e tem de
reavaliar sua estrutura.
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