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Comércio já fecha as portas e demite 280 mil
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
A crise econômica tem provocado efeitos catastróficos no comércio argentino. Segundo a Fedecámaras (Federação de Câmara e
Centros Comerciais), cerca de
102,5 mil lojas fecharam suas portas nos primeiros quatro meses
deste ano, o que levou à demissão
de 280 mil empregados.
O número de falências no primeiro quadrimestre já é praticamente igual ao total de quebras
registrado em todo o biênio 2000-2001 (105 mil lojas).
Segundo o presidente da Fedecámaras, Rubén Manusovich, o
resultado negativo foi influenciado pela inflação gerada a partir da
desvalorização cambial. O governo estima que a alta dos preços
acumulada neste ano está pouco
acima dos 20%.
Além disso, os quase quatro
anos de recessão econômica e o
congelamento dos depósitos bancários pelo curralzinho levaram
também à redução do poder de
compra da população.
Cerca de 1,5 milhão de pessoas
caíram abaixo da linha de pobreza entre outubro de 2001 e março
deste ano, segundo estimativa do
Indec. Há 14,7 milhões de pobres
no país, o que corresponde a
39,7% da população.
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