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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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DISTENSÃO

Títulos da dívida externa brasileira mais negociados fecham a US$ 0,8825; ganhos no ano já chegam a 31,7%

C-Bonds atingem o maior valor da história

João Wainer/Folha Imagem
Casa de câmbio em SP exibe folheto com cotação do dólar


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A euforia dos investidores com os títulos da dívida externa brasileira levou os C-Bonds à sua cotação recorde: US$ 0,8825. No ano, a valorização desses que são os papéis da dívida da República mais negociados está em 31,7%.
Muitos investidores que não conseguiram comprar papéis na emissão feita pelo governo brasileiro na terça -a demanda teria sido seis vezes maior que o US$ 1 bilhão vendido pelo BC- correram para tentar adquirir C-Bonds ontem, afirmaram operadores de mesas de bancos.
"Na abertura dos negócios, o C-Bond chegou a ser negociado em baixa, com a realização de lucro por parte de alguns investidores. Mas a demanda cresceu rapidamente e fez o preço do papel se recuperar", diz Felipe Brandão, diretor de mercados emergentes da corretora López Léon.
Os principais papéis da dívida brasileira fecharam ontem perto da cotação máxima do dia (US$ 0,8838), com ganho de 1,37%. Em abril, os C-Bonds acumularam valorização de 11,5%.
Para analistas do mercado financeiro, os C-Bonds ainda podem continuar em trajetória de alta por algum tempo.
"Mas no segundo semestre, quando as reformas tributária e previdenciária estiverem andando pelo Congresso, poderemos ter um momento de desgaste para o governo, com reflexos negativos no mercado", afirma Joaquim Kokudai, diretor de tesouraria do banco Lloyds TSB.

Melhor momento
Apesar de haver atingido um valor nominal histórico, os "spreads" -diferença entre os juros pagos pelos títulos do Tesouro norte-americano e os dos demais países- dos C-Bonds ainda seguem muito altos, na avaliação de profissionais do mercado.
"Mesmo que a procura por papéis brasileiros esteja forte, os juros pagos por eles ainda são muito elevados. Por isso, talvez o governo devesse esperar um pouco para voltar ao mercado financeiro internacional", diz Brandão.

Euforia
A maior procura por papéis da dívida brasileira foi sentida no mercado financeiro logo no início deste ano. Em um primeiro momento, essa demanda mais forte foi impulsionada por grandes fundos internacionais, que realocam suas carteiras no início do ano, somada à maior procura de bancos brasileiros.
Para Kokudai, neste momento o movimento principal está nas mãos de investidores estrangeiros, "como mostra a expressiva demanda nesta primeira emissão que o governo Lula fez".


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