GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo mês consecutivo a Bovespa foi a líder das aplicações financeiras. Assim como em março, o dólar e o ouro foram os piores investimentos do mês.
Quem aplicou em uma carteira igual ao Ibovespa -índice que acompanha a variação das 54 ações mais negociadas- fechou abril com ganho de 11,38%.
Com o final da Guerra do Iraque, a forte entrada de recursos e as diversas notícias econômicas positivas, a moeda norte-americana se desvalorizou em 13,23%. Desde agosto do ano passado a cotação do dólar não caia tanto em um único mês. No ano, a queda acumulada é de 17,88%.
Já o ouro, uma aplicação que ganhou muito no período de maiores incertezas internacionais, perdeu 11,48% do seu valor em abril.
Com a Selic (taxa básica de juros) em 26,5% ao ano, as aplicações de renda fixa continuaram a ser destaque. As que acompanham o DI (que considera os juros interbancários) renderam, em média, 1,87%. O CDB (Certificado de Depósito Bancário) prefixado também rendeu, em média, 1,87% no mês passado.

Perspectivas
Para maio, os analistas recomendam principalmente os investimentos que acompanham os juros do governo, que atualmente estão em 26,5% ao ano, como o DI e o CDB.
Além disso, os analistas alertam que as aplicações prefixadas podem ter ganhos maiores: como em abril o BC manteve estável a Selic mas retirou o viés de alta, há a possibilidade de que neste mês os juros caiam, o que favorece esse tipo de investimento.
Segundo o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola disse na última reunião do Comax (Comitê Maxblue de Economia), mesmo com a recente desvalorização, o investimento em dólares não é atualmente a melhor opção. "Não recomendamos esse tipo de investimento porque a taxa não deve se apreciar muito."
Segundo ele, a Bovespa também não deve ser uma alternativa melhor do que as atreladas aos juros. Loyola acredita que, a não ser no caso de algumas ações específicas, a Bolsa como um todo não deve continuar no mesmo ritmo de alta dos últimos meses.


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