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Turista já desembolsa menos de R$ 3 por dólar
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
O consumidor começou a desembolsar menos de R$ 3 por um
dólar. Pela primeira vez em nove
meses, as casas de câmbio e os
bancos fixaram a moeda americana por um valor abaixo desse patamar. Ontem, na capital, o dólar
turismo fechou cotado a R$ 2,98,
uma queda de 0,99%.
Desde a semana passada, os
bancos já negociavam entre si a
moeda por menos de R$ 3, o chamado dólar comercial. Em geral,
as cotações para o consumidor
demoram alguns dias para acompanhar os valores negociados entre os bancos.
O dólar comercial é usado nas
transações de importação e exportação e nas movimentações financeiras de entrada ou saída de
capitais do país. Para as pessoas
que querem ou precisam comprar dólares, o que vale mesmo é a
cotação do câmbio paralelo ou a
do turismo.
Já é possível comprar dólar turismo por um valor inferior ao
preço de fechamento. No Aeroporto Internacional de São Paulo,
em Guarulhos, o banco Itaú cobrava R$ 2,94 por dólar, enquanto
o Safra pedia R$ 2,98. Em uma
agência do Bradesco na região
central de São Paulo, a moeda era
vendida por R$ 2,94.
No Rio, o dólar turismo terminou o dia de ontem em baixa de
1,63%, cotado a exatos R$ 3,00.
A queda da moeda alimenta o
otimismo nas empresas de turismo, que voltaram a apostar no filão das viagens internacionais,
abalado desde os ataques terroristas em 11 de setembro de 2001.
"Em abril, as vendas de pacotes
turísticos para os EUA cresceram
30% em relação a março. Alguns
clientes desistiram de viajar para
o Nordeste e vão para a Flórida
nas férias de julho", afirma Luiz
Fortunato, diretor da agência de
turismo Tia Augusta.
Na sua opinião, as vendas para a
alta estação podem aumentar até
40% caso o dólar permaneça abaixo de R$ 3.
Para o analista Ricardo Guerses,
da corretora Diferencial, o consumidor deve ter cautela antes de
decidir comprar dólar turismo
numa casa de câmbio. Ele diz que
o preço ainda está muito elevado.
"As agências de turismo estão
começando a ficar animadas. Mas
ainda é cedo para apostar em uma
nova euforia no setor, que vive
uma forte crise desde os atentados", diz Guerses.
Ele diz que uma recuperação do
setor só deverá ocorrer caso o dólar se estabilize abaixo de R$ 2,80.
O analista lembra, no entanto,
que o governo já sinalizou não ter
interesse de deixar a moeda cair
tanto, pois isso poderia prejudicar
as exportações. "A euforia das
agências de viagens é exagerada.
Não espero nenhum novo boom
no setor, como o que ocorreu
quando um dólar valia R$ 1."
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