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São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2003

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Turista já desembolsa menos de R$ 3 por dólar

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

O consumidor começou a desembolsar menos de R$ 3 por um dólar. Pela primeira vez em nove meses, as casas de câmbio e os bancos fixaram a moeda americana por um valor abaixo desse patamar. Ontem, na capital, o dólar turismo fechou cotado a R$ 2,98, uma queda de 0,99%.
Desde a semana passada, os bancos já negociavam entre si a moeda por menos de R$ 3, o chamado dólar comercial. Em geral, as cotações para o consumidor demoram alguns dias para acompanhar os valores negociados entre os bancos.
O dólar comercial é usado nas transações de importação e exportação e nas movimentações financeiras de entrada ou saída de capitais do país. Para as pessoas que querem ou precisam comprar dólares, o que vale mesmo é a cotação do câmbio paralelo ou a do turismo.
Já é possível comprar dólar turismo por um valor inferior ao preço de fechamento. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o banco Itaú cobrava R$ 2,94 por dólar, enquanto o Safra pedia R$ 2,98. Em uma agência do Bradesco na região central de São Paulo, a moeda era vendida por R$ 2,94.
No Rio, o dólar turismo terminou o dia de ontem em baixa de 1,63%, cotado a exatos R$ 3,00.
A queda da moeda alimenta o otimismo nas empresas de turismo, que voltaram a apostar no filão das viagens internacionais, abalado desde os ataques terroristas em 11 de setembro de 2001.
"Em abril, as vendas de pacotes turísticos para os EUA cresceram 30% em relação a março. Alguns clientes desistiram de viajar para o Nordeste e vão para a Flórida nas férias de julho", afirma Luiz Fortunato, diretor da agência de turismo Tia Augusta.
Na sua opinião, as vendas para a alta estação podem aumentar até 40% caso o dólar permaneça abaixo de R$ 3.
Para o analista Ricardo Guerses, da corretora Diferencial, o consumidor deve ter cautela antes de decidir comprar dólar turismo numa casa de câmbio. Ele diz que o preço ainda está muito elevado.
"As agências de turismo estão começando a ficar animadas. Mas ainda é cedo para apostar em uma nova euforia no setor, que vive uma forte crise desde os atentados", diz Guerses.
Ele diz que uma recuperação do setor só deverá ocorrer caso o dólar se estabilize abaixo de R$ 2,80. O analista lembra, no entanto, que o governo já sinalizou não ter interesse de deixar a moeda cair tanto, pois isso poderia prejudicar as exportações. "A euforia das agências de viagens é exagerada. Não espero nenhum novo boom no setor, como o que ocorreu quando um dólar valia R$ 1."


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