São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

saiba mais

Crise desafia a exploração de novas reservas

PEDRO SOARES
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O megarreservatório de Tupi, no pré-sal da bacia de Santos, pode converter o país na oitava maior reserva petrolífera do mundo -isso se a estatal vencer desafios tecnológicos e econômicos, agravados pela crise e pela queda do preço do petróleo.
Mas, para a Petrobras, é certo que o negócio é viável. "Não tenho dúvidas de que vamos declarar a comercialidade do campo em 2010", diz José Formigli, gerente-executivo de Exploração e Produção do Pré-Sal da Petrobras.
A viabilidade econômica se mantém com o petróleo no intervalo de US$ 35 a US$ 45 o barril, afirma.
Para dimensionar com precisão o potencial econômico da reserva, a Petrobras inicia hoje o teste de produção de longa duração de Tupi. As primeiras avaliações indicam reservas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris -hoje, o país tem, ao todo, 14 bilhões, a 14ª do mundo.
O teste medirá por 15 meses a vazão, a pressão, a temperatura e a corrosão dos materiais usados na produção do óleo a 5.300 metros de profundidade.
Os recursos necessários para a exploração não são modestos: já foram gastos R$ 2 bilhões e estão previstos US$ 111 bilhões só da Petrobras até 2020 -o dobro do PIB do Equador.
Para 2013, a estatal reservou US$ 18,6 bilhões só para a bacia de Santos, especialmente para Tupi. Sete parceiras aportarão mais US$ 12 bilhões, pelos cálculos do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).
Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP, somente a partir dos US$ 60 o barril o investimento valerá a pena (atualmente a cotação está pouco acima de US$ 50).
"A opinião unânime é que nosso pré-sal é o evento mais importante deste século em termos de novas descobertas", diz Renato Bertani, ex-executivo da Petrobras e sócio do braço de energia da consultoria Thompson Knight.
"O petróleo vai continuar um bem escasso e isso nos dá o conforto de que estamos fazendo um investimento num bem que vai ter demanda", declarou o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, confiante na retomada dos preços e do crédito.


Texto Anterior: Teste do pré-sal começa em meio a frustração
Próximo Texto: Terra firme: Lula receberá amostra do óleo na Marina da Glória
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.