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Crise desafia a exploração de novas reservas
PEDRO SOARES
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O megarreservatório de
Tupi, no pré-sal da bacia
de Santos, pode converter
o país na oitava maior reserva petrolífera do mundo -isso se a estatal vencer desafios tecnológicos e
econômicos, agravados
pela crise e pela queda do
preço do petróleo.
Mas, para a Petrobras, é
certo que o negócio é viável. "Não tenho dúvidas de
que vamos declarar a comercialidade do campo
em 2010", diz José Formigli, gerente-executivo de
Exploração e Produção do
Pré-Sal da Petrobras.
A viabilidade econômica
se mantém com o petróleo
no intervalo de US$ 35 a
US$ 45 o barril, afirma.
Para dimensionar com
precisão o potencial econômico da reserva, a Petrobras inicia hoje o teste
de produção de longa duração de Tupi. As primeiras avaliações indicam reservas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris -hoje, o
país tem, ao todo, 14 bilhões, a 14ª do mundo.
O teste medirá por 15
meses a vazão, a pressão, a
temperatura e a corrosão
dos materiais usados na
produção do óleo a 5.300
metros de profundidade.
Os recursos necessários
para a exploração não são
modestos: já foram gastos
R$ 2 bilhões e estão previstos US$ 111 bilhões só
da Petrobras até 2020 -o
dobro do PIB do Equador.
Para 2013, a estatal reservou US$ 18,6 bilhões só
para a bacia de Santos, especialmente para Tupi.
Sete parceiras aportarão
mais US$ 12 bilhões, pelos
cálculos do IBP (Instituto
Brasileiro do Petróleo).
Para David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da
ANP, somente a partir dos
US$ 60 o barril o investimento valerá a pena
(atualmente a cotação está
pouco acima de US$ 50).
"A opinião unânime é
que nosso pré-sal é o evento mais importante deste
século em termos de novas
descobertas", diz Renato
Bertani, ex-executivo da
Petrobras e sócio do braço
de energia da consultoria
Thompson Knight.
"O petróleo vai continuar um bem escasso e isso nos dá o conforto de que
estamos fazendo um investimento num bem que
vai ter demanda", declarou o diretor financeiro da
Petrobras, Almir Barbassa, confiante na retomada
dos preços e do crédito.
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