São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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Bovespa tem melhor mês em 4 anos e sobe 15,55%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionada pela entrada de capital externo, a Bovespa cravou alta de 15,55% em abril, o que representou seu mês mais rentável desde fevereiro de 2005. Na outra ponta, o dólar registrou baixa mensal de 5,91%, vendido a R$ 2,181.
As aplicações financeiras que pagam juros renderam menos de 0,90% no mês. Com mais uma redução da taxa básica de juros -e a esperada continuidade no ciclo de queda-, essas aplicações vão render ainda menos daqui para o fim do ano.
Os fundos DI, que são os que acompanham mais de perto a oscilação da taxa básica Selic, que na quarta caiu de 11,25% para 10,25% anuais, deram retorno médio de 0,84% no mês. Para o CDB, a rentabilidade média ficou em 0,81%. A poupança pagou 0,55%.
Ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo chegou a romper os 48 mil pontos. Mas perdeu fôlego no fim do dia, para encerrar aos 47.289 pontos, em alta moderada de 0,13%.
José Augusto Miranda, chefe da mesa de operações da HSBC Corretora, lembra que a Bolsa brasileira tem se destacado neste ano, com resultado superior ao de outros mercados.
No ano, o índice Ibovespa, que reúne as 65 ações brasileiras mais negociadas, registra valorização de 25,94%. O índice americano Dow Jones tem baixa de 6,93% no ano -ontem, caiu 0,22%, e no mês subiu 7,35%. A Bolsa de Londres tem depreciação de 4,30% em 2009.
"A alta da Bolsa local reflete muito o fluxo externo. Mas esse movimento de entrada representa ainda apenas uma parcela de todo o capital que deixou a Bolsa em 2008", diz Miranda.
Até sexta passada, o fluxo mensal de capital externo para a Bovespa estava positivo em R$ 3,75 bilhões, o melhor resultado em 12 meses. No ano, o balanço está positivo em R$ 5,04 bilhões. Em 2008, a saída líquida alcançou R$ 24,63 bilhões.
Como representam cerca de 35% do total movimentado no pregão brasileiro, os estrangeiros acabam por ter grande influência sobre o resultado do mercado doméstico. Para o estrangeiro, o resultado da Bolsa no ano é ainda mais animador: em dólares, o Ibovespa acumula valorização de 35,11%.
Na semana -a oitava de alta consecutiva-, a Bolsa subiu 1,11%, o que a levou ao maior nível desde outubro de 2008.
No atual cenário de redução dos juros e alta rápida do mercado de ações, os investidores podem ficar tentados a entrar na Bolsa ou elevar suas aplicações. Mas os analistas afirmam que a crise internacional não foi superada e ajustes no mercado de ações podem ocorrer a qualquer momento.
"A situação econômica internacional ainda é muito delicada e incerta", diz José Francisco Gonçalves, do banco Fator.
Ontem a Bovespa chegou a subir 1,90%. Mas o anúncio de concordata da Chrysler afetou o ânimo dos investidores, que venderam ações rapidamente, levando a Bolsa a encerrar próxima da mínima do dia.


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