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Temor de calote traz mudanças nas regras
DA REPORTAGEM LOCA
Por trás das perdas sofridas pelos fundos ontem e da própria decisão do BC e da CVM de antecipar as novas regras, está o grande
temor de calote da dívida pública.
Esse medo- alimentado pelas
incertezas eleitorais e pela trajetória explosiva de crescimento da
dívida pública interna- é medido pelo chamado risco de crédito,
que tem se expandido de forma
galopante no mercado.
Isso pode ser medido pela desvalorização no valor dos títulos do
governo federal negociados no
mercado. Os títulos com vencimento em 2003, ou seja que terão
de ser honrados pelo novo governo no ano que vem, estão sendo
negociados com deságio de, aproximadamente, 0,7%. Há dois meses, o deságio para esses mesmos
papéis era bem menor, oscilando
em torno de 0,2%.
Deságio grande significa valor
menor para o título. E, com as novas regras de contabilização desses ativos, esse deságio se refletiu
em grandes perdas para os papéis
que estavam superavaliados.
Segundo gestores de importantes bancos, esse crescente risco de
crédito foi uma das razões porque
o BC e a CVM resolveram antecipar as novas regras, deixando claro para os investidores os temores
de calote do mercado.
O fato de que alguns bancos já
vinham se enquadrando às novas
regras e outros não também motivou a decisão. Isso vinha causando distorções na indústria e dificultando a comparação do desempenho dos fundos por parte
dos investidores.
Segundo analistas, as perdas sofridas agora poderão ser compensadas no futuro se o risco de crédito recuar.
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