São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Temor de calote traz mudanças nas regras

DA REPORTAGEM LOCA

Por trás das perdas sofridas pelos fundos ontem e da própria decisão do BC e da CVM de antecipar as novas regras, está o grande temor de calote da dívida pública.
Esse medo- alimentado pelas incertezas eleitorais e pela trajetória explosiva de crescimento da dívida pública interna- é medido pelo chamado risco de crédito, que tem se expandido de forma galopante no mercado.
Isso pode ser medido pela desvalorização no valor dos títulos do governo federal negociados no mercado. Os títulos com vencimento em 2003, ou seja que terão de ser honrados pelo novo governo no ano que vem, estão sendo negociados com deságio de, aproximadamente, 0,7%. Há dois meses, o deságio para esses mesmos papéis era bem menor, oscilando em torno de 0,2%.
Deságio grande significa valor menor para o título. E, com as novas regras de contabilização desses ativos, esse deságio se refletiu em grandes perdas para os papéis que estavam superavaliados.
Segundo gestores de importantes bancos, esse crescente risco de crédito foi uma das razões porque o BC e a CVM resolveram antecipar as novas regras, deixando claro para os investidores os temores de calote do mercado.
O fato de que alguns bancos já vinham se enquadrando às novas regras e outros não também motivou a decisão. Isso vinha causando distorções na indústria e dificultando a comparação do desempenho dos fundos por parte dos investidores.
Segundo analistas, as perdas sofridas agora poderão ser compensadas no futuro se o risco de crédito recuar.


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