DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A maior perda que os investidores tiveram com a mudança no cálculo do valor dos títulos comprados pelos fundos de investimento, que entrou em vigor ontem, é de 4,67%, disse o diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo. Ele admitiu, contudo, que os prejuízos poderão ser maiores.
"Só teremos um quadro mais claro da situação na segunda-feira, pois ontem foi um dia atípico, entre um feriado e o final de semana. Muitos investidores só vão se informar sobre o que ocorreu na segunda", disse ele.
Segundo Figueiredo, o menor prejuízo ontem foi de zero, ou "perto de zero", e a média das perdas deve ficar abaixo de 1%.
Para o diretor do BC, o saldo do primeiro dia da nova regra foi positivo. "O impacto foi normal, dentro do que se esperava. A reação dos clientes foi mais de ligar para os administradores para tirar dúvidas", disse ele. De acordo com Figueiredo, não houve corrida para sacar os investimentos, "os resgates foram normais".
O diretor do BC recomendou cautela aos clientes, para que não saquem seus investimentos agora. "A minha sugestão é que o investidor tenha calma, que compare a rentabilidade de seu fundo com os demais do mercado, para ver se aquele no qual investiu atende suas necessidades", disse.
Para aqueles que perderam dinheiro, Figueiredo disse que agora eles saberão, no entanto, a situação exata da rentabilidade de seu investimento.

Antecipação de prazo
Na quarta-feira passada, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o BC divulgaram instrução que estabeleceu a antecipação do prazo para que os administradores de recursos passassem a atualizar os títulos dos fundos pelo valor de mercado dos papéis.
Os administradores tinham até 30 de setembro para fazer esse ajuste, mas BC e CVM decidiram que todos os fundos de investimentos tinham de estar enquadrados a partir de ontem.
A decisão havia sido tomada porque as duas autarquias concluíram que havia distorções na indústria de fundos que precisavam ser corrigidas. Até fevereiro deste ano, os administradores podiam contabilizar os títulos dos fundos pelo valor de mercado ou pelo preço de aquisição. Naquele mês, BC decidiu que todos os fundos deveriam, até setembro, passar a contabilizar os papéis pelo valor de mercado.


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