São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2006

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AQUECIMENTO

Projeções para PIB do 2º tri oscilam entre 0,9% e 1,7%

Produção industrial e setor externo devem conter crescimento de abril a junho

Aumento da renda real, da confiança do consumidor, do consumo das famílias e dos investimentos manterá economia em alta

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PIB (Produto Interno Bruto) deve continuar crescendo no segundo trimestre do ano, mas a uma taxa menor que a do primeiro, de 1,4%. Analistas de consultorias econômicas e do setor financeiro projetam uma expansão entre 0,9% e 1,7% no segundo trimestre na comparação com o primeiro.
As projeções são feitas com base em indicadores antecedentes da produção industrial de abril e de indicadores macroeconômicos para o médio prazo, como comportamento da taxa de juros, da renda, do consumo das famílias, dos investimentos produtivos e da confiança do consumidor.
A LCA Consultores projeta uma expansão de 1,4% do PIB no segundo trimestre. O que vai ajudar a impulsionar o crescimento é o consumo das famílias -devido ao aumento do salário mínimo e do reajuste dos servidores- e o investimento. "Com a queda dos juros e o aumento da confiança dos empresários, o investimento vai continuar crescendo", diz Bráulio Borges, economista da LCA.
O que deverá atuar no sentido oposto, evitando um crescimento mais forte, é o aumento das importações a um ritmo maior que o das exportações. Neste ano, a LCA prevê um crescimento de 3,8% do PIB, puxado pelo setor interno.
Para a consultoria Tendências, a economia deverá crescer 1% no segundo trimestre. O dado virá menor que no primeiro trimestre porque os indicadores antecedentes da indústria (leia quadro) mostram que a produção industrial de abril deve ter ficado estável em relação a março e caído 1,8% na comparação com abril do ano passado.
Outros indicadores, contudo, atuarão a favor da expansão. "A confiança do consumidor voltou a crescer depois da crise política e o rendimento médio real aumentou com a inflação controlada", diz Guilherme Maia, economista da Tendências. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, cresceu 30% no ano. E o rendimento médio real teve alta de 3% de janeiro a abril, em relação a igual período de 2005.
A RC Consultores é a mais otimista com relação ao segundo trimestre. Ela projeta uma expansão de 1,7%, com forte desaceleração no terceiro trimestre, quando o PIB cresceria 0,4%. "A partir de julho a economia vai estar rodando sobre uma base muito alta", diz Fábio Silveira, diretor da consultoria.
Já a administradora de recursos Mellon tem a menor projeção para o PIB do segundo trimestre -de 0,9%. Solange Srour, economista da Mellon diz que essa projeção deve-se à expectativa de que a produção industrial tenha crescimento zero em abril em relação a março e caia 1,5% em relação a abril do ano passado.


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