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Renda média do trabalhador está
nos menores patamares desde 1985
DA REPORTAGEM LOCAL
O rendimento médio real do
trabalhador da Grande São Paulo
está no patamar mais baixo desde
1985, segundo mostra pesquisa
mensal de emprego e desemprego
do Dieese e da Fundação Seade.
Na comparação com a média
anual verificada há 18 anos -R$
1.770,83, em valores de 2003 corrigidos pelo ICV-Dieese- a queda
chega a 50,2%, informam os técnicos. Em abril deste ano, o rendimento médio real valia R$ 889.
"Vai nos custar tempo para inverter os resultados da queda verificada na renda dos trabalhadores. Embora a renda tenha apresentado uma leve alta em abril, a
bolha inflacionária corroeu ainda
mais os salários. O rendimento
que já estava achatado nunca esteve em patamares tão baixos",
diz Paula Montagner, gerente de
análise da Fundação Seade.
Em abril deste ano, o rendimento médio dos ocupados cresceu
2,2% na comparação com março
-passou de R$ 869 para R$ 889
- e inverteu a trajetória de queda
verificada desde novembro do
ano passado. Segundo a gerente
da Fundação Seade, a melhora
pontual na renda pode ser reflexo
da demissão de trabalhadores
com renda mais baixa. "Ao dispensar os que ganham menos,
pode ter ocorrido uma elevação
na média registrada no mês", diz.
"O efeito da desaceleração dos
preços, verificado nos últimos
meses, pode ter trazido essa variação positiva a curto prazo na trajetória da renda", diz Claudio Dedecca, professor da Unicamp.
Já na comparação com abril do
ano passado, a pesquisa mostra
que houve queda no rendimento
dos ocupados de 10,5%. As diminuições mais expressivas, nesse
período, ocorreram na indústria
-queda de 11,3% nos salários
(passaram de R$ 1.141 para R$
1.012)- e entre os autônomos
-nesse caso, a diminuição foi de
21,3%.
(CR)
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