São Paulo, Quinta-feira, 01 de Julho de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTURO DO REAL Fraga faz gesto de que será degolado se metas não forem cumpridas; Malan diz que seria demitido Equipe descontraída anuncia planos
da Sucursal de Brasília O anúncio das metas de inflação ontem transcorreu em clima de descontração. Sentado ao lado dos ministros Pedro Malan (Fazenda) e Pedro Parente (Orçamento), o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, foi o responsável pelos momentos de maior informalidade na entrevista coletiva. Quando um repórter perguntou a Malan o que ele faria com a diretoria do BC se a meta da inflação não fosse cumprida, Fraga fez um gesto de degola, passando o dedo sobre o pescoço. Vendo a reação de Fraga, Malan afirmou, sorrindo, ter "confiança total" na diretoria do banco e assegurou que o regime não prevê demissões no caso de descumprimento de metas. "Mas o presidente do BC poderá ser demitido, terei isso sempre em mente", disse. Malan retrucou, apontando para Parente: "O ministro da Fazenda poderá também ser demitido. Isso só não vale para o ministro do Orçamento". Antes de deixar o auditório em que estava sendo realizada a entrevista, Malan anunciou que acabara de ser informado que a taxa de juros norte-americana havia sido elevada em 0,25 ponto percentual. Ao ouvir a notícia, Fraga, aparentemente satisfeito, bateu as mãos na mesa e se levantou para seguir o ministro. Em resposta aos apelos dos jornalistas para que comentasse a novidade, o presidente do BC deu meia volta e, ao microfone, afirmou que não tinha o que declarar. Antes de deixar a sala, se despediu dos presentes com "um abraço" e, acidentalmente, derrubou um copo de água. Texto Anterior: Fed e a meta de 8% fazem Bovespa subir Próximo Texto: Metas de inflação são vistas como fáceis Índice |
|