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MERCADO FINANCEIRO
Títulos do Brasil sobem 2,65% no exterior
da Reportagem Local
Os C-Bonds, títulos brasileiros
mais comercializados no exterior,
tiveram valorização de 2,65% ontem, a maior desde 26 de maio.
Os títulos fecharam cotados a
65,06% do valor de face. A valorização foi interpretada como um
fator concreto do alívio sentido
após a divulgação do aumento dos
juros norte-americanos em apenas 0,25 ponto percentual.
A taxa interbancária ficou em
5%. Isso já era esperado pelo mercado (tanto que, com o anúncio, a
Bolsa de Nova York disparou). O
Fed deixou claro também que, até
agosto, os juros não mudam.
A medida vai evitar o clima especulativo que marcou os mercados
em junho. Como o aumento nos
juros foi pequeno e não há perspectiva de que ocorra outro no
curto prazo, a tendência é que os
investidores não corram para os
títulos do Tesouro dos EUA, mas
invistam em Bolsa ou em títulos
de países emergentes (menos seguros, porém mais rentáveis).
O mercado de câmbio também
trabalhou com essa hipótese. A
manutenção de investidores estrangeiros no Brasil ajudaria a evitar a escassez de dólares -que
causa pressão de alta.
A moeda registrou queda de
0,90% no comercial (para venda),
em relação a anteontem. O dólar
foi cotado a R$ 1,754.
O mercado já estava calmo, graças ao leilão de NBC-Es (Notas do
Banco Central, série Especial) realizado pelo Tesouro. As notas são
corrigidas pela variação cambial e
por juros prefixados.
O lote foi de R$ 1,5 bilhão, vendido integralmente. Isso evitou a
pressão do vencimento de R$
1,585 bilhão em papéis de mesma
natureza, hoje.
Até amanhã, vencem US$ 700
milhões em eurobonds (títulos de
empresas brasileiras no exterior).
Segundo operadores, a pequena
pressão compradora registrada
ontem e anteontem indica que
parte da dívida foi rolada e parte
foi antecipada no mês passado.
A maior pressão no dólar, detectada ontem, foi o vencimento dos
contratos futuros da moeda.
O vencimento dos contratos de
julho é hoje. Eles são pagos de
acordo com a taxa média do dólar,
medida pelo BC no dia anterior ao
vencimento.
São comuns, em ocasiões assim,
manobras especulativas. Quem
vai receber, tenta elevar o valor da
moeda e ganhar mais -e vice-versa. (MARCELO DIEGO)
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