São Paulo, Quinta-feira, 01 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Títulos do Brasil sobem 2,65% no exterior

da Reportagem Local

Os C-Bonds, títulos brasileiros mais comercializados no exterior, tiveram valorização de 2,65% ontem, a maior desde 26 de maio.
Os títulos fecharam cotados a 65,06% do valor de face. A valorização foi interpretada como um fator concreto do alívio sentido após a divulgação do aumento dos juros norte-americanos em apenas 0,25 ponto percentual.
A taxa interbancária ficou em 5%. Isso já era esperado pelo mercado (tanto que, com o anúncio, a Bolsa de Nova York disparou). O Fed deixou claro também que, até agosto, os juros não mudam.
A medida vai evitar o clima especulativo que marcou os mercados em junho. Como o aumento nos juros foi pequeno e não há perspectiva de que ocorra outro no curto prazo, a tendência é que os investidores não corram para os títulos do Tesouro dos EUA, mas invistam em Bolsa ou em títulos de países emergentes (menos seguros, porém mais rentáveis).
O mercado de câmbio também trabalhou com essa hipótese. A manutenção de investidores estrangeiros no Brasil ajudaria a evitar a escassez de dólares -que causa pressão de alta.
A moeda registrou queda de 0,90% no comercial (para venda), em relação a anteontem. O dólar foi cotado a R$ 1,754.
O mercado já estava calmo, graças ao leilão de NBC-Es (Notas do Banco Central, série Especial) realizado pelo Tesouro. As notas são corrigidas pela variação cambial e por juros prefixados.
O lote foi de R$ 1,5 bilhão, vendido integralmente. Isso evitou a pressão do vencimento de R$ 1,585 bilhão em papéis de mesma natureza, hoje.
Até amanhã, vencem US$ 700 milhões em eurobonds (títulos de empresas brasileiras no exterior). Segundo operadores, a pequena pressão compradora registrada ontem e anteontem indica que parte da dívida foi rolada e parte foi antecipada no mês passado.
A maior pressão no dólar, detectada ontem, foi o vencimento dos contratos futuros da moeda.
O vencimento dos contratos de julho é hoje. Eles são pagos de acordo com a taxa média do dólar, medida pelo BC no dia anterior ao vencimento.
São comuns, em ocasiões assim, manobras especulativas. Quem vai receber, tenta elevar o valor da moeda e ganhar mais -e vice-versa. (MARCELO DIEGO)


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