São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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FHC pede globalização solidária

SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No dia em que o dólar atingiu a cotação mais alta desde o início do Plano Real, chegando a superar a marca de R$ 3,60, o presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a especulação financeira, fez um apelo a uma globalização mais solidária e disse que povos e nações valem mais do que mercados.
"O mundo tem sofrido consequências de crises e turbulências geradas pela especulação. Quero mais uma vez fazer um chamado à razão e à sensatez. Povos e nações valem mais do que mercados", disse FHC durante discurso de abertura da Conferência de Países de Língua Portuguesa no Palácio do Itamaraty.
Fernando Henrique Cardoso afirmou também que a especulação e as suas consequências não irão modificar os rumos da economia do país. "Todos reconhecem os fundamentos sólidos de uma economia, por exemplo, como a brasileira, e nada abalará nossa confiança nos rumos traçados", declarou o presidente. Segundo ele, "sem povo e sem nação não existe mercado".
Segundo o presidente, o governo brasileiro vai continuar lutando contra a volatilidade dos fluxos de capital. Ele disse que "é hora de pensar uma nova arquitetura financeira", tema que costuma defender durante discursos em suas viagens internacionais.
Fernando Henrique disse que, após dez anos da Conferência Rio-92, o desenvolvimento sustentável é um conceito hoje consagrado, porém com "eficácia relativa por conta da omissão dos países mais afluentes [ricos"".
Neste sentido, FHC disse que espera que a Cúpula Mundial de Johannesburgo, que acontecerá no final deste mês e que irá discutir as conquistas da Rio-92, apresente avanços decisivos "para uma globalização mais justa e solidária".
FHC lembrou que, pela primeira vez, a paz está consolidada em todo o espaço geográfico da comunidade de língua portuguesa e que este é o momento de pensar no desenvolvimento dos países que a integram.
O presidente aproveitou também a abertura da conferência para criticar o protecionismo e as barreiras impostas às exportações dos produtos de países em desenvolvimento.
Na cerimônia de abertura da conferência, Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência rotativa da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), que reúne oito países.
Em seu discurso, FHC disse que esta é a terceira presidência que assume. Além da Presidência da República, FHC acumula a presidência do Mercosul e agora da CPLP. "É muita presidência para um pobre marquês", brincou FHC.



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