São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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País pode crescer 3,5% em 2003, afirma Goldfajn

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, diz que é possível o Brasil chegar a um cenário, já a partir de 2003, de crescimento da economia a uma taxa de 3,5% e de juro real (descontado o efeito da inflação) de 9% ao ano. Para alcançar esse quadro, que ele chama de "conservador", basta que a economia não enfrente tantos choques como os dos últimos meses.
Ele afirma que não é necessário esforço fiscal adicional, que seria preciso apenas manter a atual meta de superávit primário (receita menos despesas, sem considerar gasto com juros da dívida pública) de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto).
Goldfajn é um dos integrantes da equipe do governo que chegou ontem a Washington para negociar com o FMI (Fundo Monetário Internacional) novo pacote de ajuda financeira ao país.

Folha - Quais os benefícios para o Brasil recorrer ao FMI?
Ilan Goldfajn -
Este é um momento de recursos externos mais escassos, e isso ajuda neste momento. É exatamente para isso que o Fundo Monetário existe, foi criado para ajudar países com dificuldade de balanço de pagamentos. Por isso, nesse caso, ir ao "médico" é apropriado.

Folha - Quando poderemos chegar a esse cenário de 3,5% de crescimento do PIB, juro real de 9% e superávit primário de 3,75%?
Goldfajn -
Esses cenários são de dez anos. Mas não estou dizendo que vai demorar dez anos, não. É só sair desse período mais difícil.

Folha - O senhor acha que esse cenário pode começar a se concretizar já a partir do ano que vem?
Goldfajn -
Acho que sim. Em dez anos imaginar um crescimento de 3,5% do PIB é absolutamente conservador. Não é nem otimista comparado a este ano, é conservador. Nosso crescimento potencial é certamente acima de 3,5%, algo em torno de 4,5%.



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