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País pode crescer 3,5% em 2003, afirma Goldfajn
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O diretor de Política Econômica
do Banco Central, Ilan Goldfajn,
diz que é possível o Brasil chegar a
um cenário, já a partir de 2003, de
crescimento da economia a uma
taxa de 3,5% e de juro real (descontado o efeito da inflação) de
9% ao ano. Para alcançar esse
quadro, que ele chama de "conservador", basta que a economia
não enfrente tantos choques como os dos últimos meses.
Ele afirma que não é necessário
esforço fiscal adicional, que seria
preciso apenas manter a atual meta de superávit primário (receita
menos despesas, sem considerar
gasto com juros da dívida pública) de 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto).
Goldfajn é um dos integrantes
da equipe do governo que chegou
ontem a Washington para negociar com o FMI (Fundo Monetário Internacional) novo pacote de
ajuda financeira ao país.
Folha - Quais os benefícios para o
Brasil recorrer ao FMI?
Ilan Goldfajn - Este é um momento de recursos externos mais
escassos, e isso ajuda neste momento. É exatamente para isso
que o Fundo Monetário existe, foi
criado para ajudar países com dificuldade de balanço de pagamentos. Por isso, nesse caso, ir ao
"médico" é apropriado.
Folha - Quando poderemos chegar a esse cenário de 3,5% de crescimento do PIB, juro real de 9% e
superávit primário de 3,75%?
Goldfajn - Esses cenários são de
dez anos. Mas não estou dizendo
que vai demorar dez anos, não. É
só sair desse período mais difícil.
Folha - O senhor acha que esse cenário pode começar a se concretizar já a partir do ano que vem?
Goldfajn - Acho que sim. Em dez
anos imaginar um crescimento de
3,5% do PIB é absolutamente
conservador. Não é nem otimista
comparado a este ano, é conservador. Nosso crescimento potencial é certamente acima de 3,5%, algo em torno de 4,5%.
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