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MERCOSUL
Governo Menem não abre mão de restrições no setor e alega que medida tem respaldo em regras da OMC
Cota argentina para tecidos continua
de Buenos Aires
As salvaguardas contra os tecidos brasileiros não fazem parte da
concessão anunciada pelo presidente Carlos Menem, no Brasil.
Segundo a Folha apurou, o governo argentino não tem nenhuma pretensão de negociar o fim
das cotas de importação impostas
aos tecidos do Brasil.
Segundo um alto funcionário
do governo argentino, a medida
de salvaguarda para têxteis está
juridicamente embasada nas regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) e não há razão
para modificá-la.
A medida foi anunciada em
meados de julho, pelo secretário
de Indústria e Comércio, Alieto
Guadagni. Segundo ele, como o
Mercosul não regulamenta a aplicação do ATV (Acordo de Têxteis
e Vestuários), parte das regras da
OMC, a Argentina pode recorrer
ao acordo internacional.
Na época da edição da medida,
Guadagni afirmou que o governo
argentino poderia ser processado
pelos industriais têxteis por não-cumprimento do dever público,
caso não aplicasse a salvaguarda.
Segundo ele, a medida está respaldada por direitos internacionais e é uma obrigação do governo adotá-la. Os produtores brasileiros de tecidos dizem que o processo não é justo.
Rafael Golombek, presidente da
Brastex, diz que as vendas de sua
empresa na Argentina caíram
21% desde o início do ano, comparadas com igual período de 98.
A Brastex é a maior importadora
de tecidos do Brasil, na Argentina.
Golombek diz que, desde meados do ano passado, o Brasil está
perdendo mercado na Argentina.
"Não pode haver prejuízo se as
exportações estão caindo."
Mas o executivo brasileiro não
quer entrar em confronto com o
parceiro comercial: "O homem é
bastante inteligente para, dialogando, chegar a algum lugar".
Para Golombek, a melhor saída
é a autolimitação das exportações
brasileiras. Ele afirma que o objetivo do setor brasileiro é manter a
participação de mercado. Em alguns tipos de tecidos, diz, a participação brasileira chega a 73%.
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