São Paulo, quinta, 1 de outubro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa de SP segue Nova York e cai 4,01%

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo caiu ontem 4,01%, para acumular alta de 1,87% no mês. No ano, a queda é de 35,34%.
Na expectativa das eleições presidenciais, do pacote de ajuda dos países ricos e do FMI e das medidas a serem anunciadas pelo governo, os investidores estão atentos, nesta semana principalmente ao cenário externo que, ontem, foi razão para pessimismo. A começar pela Ásia.
A notícia do rebaixamento da nota do crédito da Nomura Securities, o principal banco de investimento do Japão, caiu como um furacão em um mercado já insatisfeito com a redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros básica dos EUA. O resultado foi a queda de 3% na Bolsa de Tóquio, com reflexos em toda a Ásia.
"O Fed (banco central dos EUA), ao reduzir os juros, tomou a medida correta na hora correta. Mas, por outro lado, a decisão foi uma ducha de água fria. Mostrou que a exuberância acabou mesmo", disse James Ferraz Alvim Neto, da Safic e do conselho da BM&F. Ao baixar os juros, o Fed reconheceu que, se nada for feito, até a economia norte-americana vai entrar em recessão.
As Bolsas de Valores caíram também na Europa. Londres apresentou desvalorização de 0,95%. Nos EUA, o tombo chegou a 2,94%, com os lucros menores de empresas e bancos.
O mercado de títulos da dívida externa também despencou. O C-bond, o papel mais negociado, bateu na cotação de 59% do valor de face, contra os 62,125% de anteontem. Esse mercado continua emperrado, com atraso na entrega de títulos vendidos.
Os investidores voltaram a correr para o investimento mais seguro do mundo, o título do Tesouro dos EUA. Os papéis com vencimento em 30 anos atingiram os preços mais altos da história, e os juros mais baixos. Pela primeira vez as taxas ficaram em patamares inferiores a 5%: 4,978% ao ano.
No Brasil, o Banco Central continuou a subir os juros para tentar segurar a fuga de dólares. O BC tomou recursos no mercado do dia-a-dia, o over, a 40,50% ao ano, contra 40,40% anteontem. O BC também interveio no mercado de dólar comercial e alterou o piso e o teto da minibanda. No piso, a valorização do dólar foi de 0,64% no mês e no teto, de 0,72%, dentro do esperado. (CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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