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Dívida vai a R$ 885 bi, quinto recorde do ano
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nem que o dólar caia a R$ 3,50,
o governo conseguirá evitar que o
tamanho de sua dívida ultrapasse
o valor previsto no acordo com o
FMI até dezembro. Em setembro,
o endividamento chegou a R$
885,19 bilhões, o equivalente a
63,9% do PIB (Produto Interno
Bruto).
O acordo com o FMI prevê que
a dívida deve ficar em, no máximo, R$ 830 bilhões até dezembro.
A alta do dólar, porém, fez com
que o endividamento subisse
além do esperado. A proporção
entre dívida e PIB atingiu o nível
mais elevado desde que o BC passou a calculá-la, em 1991 -é a
quinta vez neste ano que esse recorde é batido.
Só em setembro, a desvalorização do real provocou um aumento de R$ 98,9 bilhões na dívida do
setor público (União, Estados,
municípios e estatais). No período, o dólar subiu 28,9%.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC,
Altamir Lopes, a alta registrada
pelo dólar em setembro foi a segunda maior desde que foi adotado o regime de câmbio flutuante.
A desvalorização de setembro,
antes da eleição para a Presidência da República, só é superada
pela registrada em janeiro de
1999, justamente quando o regime de câmbio controlado foi
substituído, de forma traumática,
pelo câmbio flutuante. Com essa
mudança, o dólar subiu 64% em
um único mês.
Lopes diz que, com o recuo do
dólar, a dívida também irá recuar
na mesma proporção. Em outubro, nas contas do funcionário do
BC, a relação entre dívida e PIB
deve registrar ligeira queda, ficando um pouco abaixo de 62%.
Cerca de 50% da dívida líquida
do setor público é corrigida pela
variação cambial. Além da dívida
externa, também sofrem influência do câmbio os títulos públicos
negociados no país que acompanham as oscilações do dólar.
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