São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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Dívida vai a R$ 885 bi, quinto recorde do ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nem que o dólar caia a R$ 3,50, o governo conseguirá evitar que o tamanho de sua dívida ultrapasse o valor previsto no acordo com o FMI até dezembro. Em setembro, o endividamento chegou a R$ 885,19 bilhões, o equivalente a 63,9% do PIB (Produto Interno Bruto).
O acordo com o FMI prevê que a dívida deve ficar em, no máximo, R$ 830 bilhões até dezembro. A alta do dólar, porém, fez com que o endividamento subisse além do esperado. A proporção entre dívida e PIB atingiu o nível mais elevado desde que o BC passou a calculá-la, em 1991 -é a quinta vez neste ano que esse recorde é batido.
Só em setembro, a desvalorização do real provocou um aumento de R$ 98,9 bilhões na dívida do setor público (União, Estados, municípios e estatais). No período, o dólar subiu 28,9%.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a alta registrada pelo dólar em setembro foi a segunda maior desde que foi adotado o regime de câmbio flutuante.
A desvalorização de setembro, antes da eleição para a Presidência da República, só é superada pela registrada em janeiro de 1999, justamente quando o regime de câmbio controlado foi substituído, de forma traumática, pelo câmbio flutuante. Com essa mudança, o dólar subiu 64% em um único mês.
Lopes diz que, com o recuo do dólar, a dívida também irá recuar na mesma proporção. Em outubro, nas contas do funcionário do BC, a relação entre dívida e PIB deve registrar ligeira queda, ficando um pouco abaixo de 62%.
Cerca de 50% da dívida líquida do setor público é corrigida pela variação cambial. Além da dívida externa, também sofrem influência do câmbio os títulos públicos negociados no país que acompanham as oscilações do dólar.


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