São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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TRANSE

Moeda dos EUA recua para R$ 3,63, a menor cotação desde 4 de outubro

Dólar e risco-país caem pelo segundo dia seguido

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar voltou a cair ontem e encerrou o dia valendo R$ 3,63, em baixa de 2,42%. A cotação atual da moeda norte-americana é a menor desde 4 de outubro, quando fechou a R$ 3,62.
A moeda encerrou o mês com baixa de 3,5%, após a forte valorização de 24,9% em setembro.
O risco-país, calculado pelo banco JP Morgan, teve, assim como o dólar, seu segundo dia consecutivo de queda. A baixa foi de 2,6%, para 1.737 pontos. O risco Brasil fechou outubro com desvalorização de 27,5%.
Operadores encontraram dificuldades em apontar possíveis explicações para a melhora no ânimo dos investidores em relação ao Brasil.
Na ausência de notícias, citam as boas declarações e sinalizações vindas, até agora, do novo governo petista. O partido já não é mais assustador aos olhos dos investidores. O discurso adotado por seus integrantes atende às expectativas do mercado.
Não há nenhuma sinalização de radicalismo, o que teria gerado preocupações que levaram o dólar a ficar a um centavo dos R$ 4 e o risco Brasil a superar os 2.400 pontos.
O fato de os dois governos estarem discutindo os procedimentos nesse período de transição com cooperação também propicia maior tranquilidade, afirmam analistas.
Segundo Wilson Ramião, do Lloyds TSB, ainda há espaço para que o dólar caia mais.
Ele avalia que, no momento, definida a eleição, o mercado está corrigindo os preços, após os exageros de alta com as primeiras perspectivas para uma administração Lula.
O principal sinal de um entendimento entre o mercado e o PT foi a conclusão anteontem, de rolagem integral de cerca de US$ 2 bilhões em "swap" cambial.
O lote foi renovado em sua totalidade, o que não ocorria há seis meses. O Banco Central tinha dificuldades em rolar sua dívida cambial por conta da imprevisibilidade eleitoral e da aversão mundial ao risco, detonada pelas fraudes financeiras de empresas norte-americanas.
O BC não conseguia rolar nem 20% de seus vencimentos, devido à falta de demanda e às altas taxas pedidas pelo mercado.
Nesta semana, conseguiu renovar os contratos de "swap" cambial já em sua primeira tentativa -rolou 48% na terça-feira e o restante anteontem.
O BC também vendeu, ontem, US$ 200 milhões em leilões de linha externa.


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