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BANCOS
Aumento da inadimplência faz instituição elevar provisionamento, e ganho cai a R$ 1,325 bi nos primeiros nove meses do ano
Cautela reduz em 15% lucro do Bradesco
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco encerrou os primeiros nove meses do ano com um
lucro líquido de R$ 1,325 bilhão,
resultado 15% menor que o registrado em igual período do ano
passado. No terceiro trimestre, o
lucro do banco totalizou R$ 420
milhões.
O menor nível de atividade econômica foi apontado pelo banco
como um dos motivos que influenciaram na redução nos lucros. Além disso, dois outros fatores explicam o resultado, segundo
analistas. O primeiro é o crescimento na provisão para devedores duvidosos feita neste ano. Outro fator a ser considerado é que
2001 foi um ano excepcional para
os bancos, o que gerou uma base
de comparação muito elevada.
As despesas com provisão para
devedores duvidosos subiram
61% nos primeiros nove meses
deste ano, em relação a igual período de 2001, e ficaram em R$
2,24 bilhões. Somente no 3º trimestre, foram R$ 896 milhões
destinados a esse tipo de despesa.
Segundo o banco, "o aumento
da inadimplência em consequência da deterioração da economia"
é um dos motivos da maior despesa com provisão no ano.
"O Bradesco tem um perfil mais
conservador, o que explica o forte
provisionamento que o banco
tem se preocupado em fazer neste
ano", afirma Fernando Coelho,
analista da ABM Consulting.
Dólar a R$ 2,90
Para o presidente do Bradesco,
Márcio Cypriano, o momento de
maior tensão no mercado de
câmbio já passou. "Acredito que o
dólar possa encerrar o ano em R$
2,90. A alta da moeda nos últimos
meses foi causada por um movimento especulativo e de expectativas [com a cena política]."
Se o dólar recuar para esse patamar, Cypriano afirma que o Banco Central terá espaço para reduzir a taxa básica de juros, hoje em
21% ao ano, para algo entre 18% e
18,5% anuais.
O Bradesco encerrou os primeiros nove meses do ano com uma
carteira de crédito de R$ 53,59 bilhões, ante R$ 45,26 bilhões registrados no mesmo período de
2001. O destaque é o crescimento
de 41% para 45% da parcela representada pelas grandes empresas no total da carteira.
Cypriano estima que o banco
encerrará o ano com um crescimento entre 10% e 11% na sua carteira de crédito, sem considerar as
aquisições feitas até o momento.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações do Bradesco reagiram
positivamente ao resultado divulgado ontem. O papel preferencial
do banco fechou o pregão com
valorização de 1,2%.
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