CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na queda-de-braço para segurar a alta dos preços, a rede de supermercados Carrefour decidiu comprar mais de seus fornecedores para manter os preços dos produtos natalinos no mesmo nível de 2001.
Segundo o gerente de compras regionais da rede, João Alvetti, no caso de alguns itens, o volume de compras chega a ser até 30% maior que o do ano passado.
Para ele, a estratégia tende a ser mais eficaz que a adotada pelo concorrente, o Pão de Açúcar.
Para pressionar os fornecedores, a rede ameaçou colocar cartazes nas gôndolas avisando aos consumidores que a mercadoria estaria em falta por causa de impasses nas negociações entre o supermercado e os fornecedores.
O Carrefour já havia adotado a mesma tática em 1999, mas hoje a rede francesa defende a compra de um volume maior de mercadorias para forçar os preços para baixo.
"Com essa estratégia, todos lucram. Ganham os consumidores, que têm suas marcas preferidas nas prateleiras, e ganham os fornecedores, que conseguem vender mais" , afirmou Alvetti.
Mesmo com estoques mais altos, a rede diz não temer encalhe de produtos. O motivo para o otimismo é o crescimento de 10,1% nas vendas nos dez primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2001.

Cestas de Natal
Para o Natal, o Carrefour fechou uma cesta de cem produtos com o mesmo preço de 2001. Entre eles estão as frutas secas e os vinhos importados, que foram comprados no primeiro trimestre deste ano, quando a cotação do dólar estava a R$ 2,49.
Os tablóides com as promoções para o Natal começam a circular neste sábado -duas semanas antes dos anúncios de ofertas divulgados no ano passado. O objetivo da rede é atrair a clientela para as compras de Natal antes da concorrência.
No caso de dois dos principais produtos natalinos -peru e panetone- as negociações não foram fechadas e ainda existe a possibilidade de aumento dos preços.
De acordo com o Carrefour, até meados deste mês os acordos com a Bauducco -líder do mercado de panetones- e com as principais fornecedoras de aves, como a Sadia e a Perdigão, estarão fechados e os produtos estarão nas prateleiras das lojas.
Além da aposta na compra de mais mercadorias dos fornecedores, o Carrefour também ampliou a participação de produtos de marcas regionais e próprias.



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