São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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TRABALHO

Metalúrgico tem data-base

Força deve parar hoje 120 mil e ir até a Fiesp

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical promete parar hoje 120 mil metalúrgicos de São Paulo para pressionar os empresários a concederem reajustes salariais acima da inflação. A greve deve durar 24 horas e atingir cerca de 200 fábricas da capital.
Com o apoio de 1.200 sindicalistas, a central vai fazer uma passeata na av. Paulista a partir das 10h. Cerca de 200 ônibus devem levar mais de 5.000 ao protesto. Os trabalhadores vão se concentrar na estação de metrô Paraíso e seguirão até o prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) -ocupando as duas faixas da direita-, onde devem fazer protesto por salário maior.
As propostas oferecidas pelos grupos patronais durante a campanha salarial deste ano prevêem reajustes que não passam de 8%, enquanto a inflação acumulada nos últimos 12 meses chega a 9,6%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Além do reajuste, os trabalhadores também reivindicam redução da jornada, aumento no piso da categoria e participação nos lucros e resultados.
Para a greve, foram gastos R$ 150 mil entre cartazes e folhetos e aluguel de ônibus, segundo informou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical.
Paulinho (PTB), candidato a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes (PPS), descarta que o protesto tenha cunho político. "É uma greve salarial. Não estamos contra o novo governo. Mas, se ele não cumprir o que prometeu, o trabalhador não ficará quieto."
Para o secretário-geral do sindicato, Eleno José Bezerra, o que mais dificultou as negociações deste ano foi a CUT ter feito acordo com as montadoras em 2000 com reajuste de 100% de inflação por dois anos e aumento real condicionado a metas de produção. "Foi um erro de avaliação. Se o grupo mais poderoso só repõe a inflação, os outros setores patronais vão alegar que não podem nem repor inflação."
"Prevíamos crescimento de 2% do PIB", rebateu o presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, Adi dos Santos Lima. "As metas de produção em 2001 seriam repetidas em 2002, garantindo 2% de aumento real. Se as propostas que eles [metalúrgicos da Força] receberam não repõem a inflação, devem mesmo se mobilizar", disse.
Os metalúrgicos da CUT prosseguem as negociações com empresários na próxima semana e não definiram greve na categoria, que tem 250 mil trabalhadores.

Emprego no comércio
O nível de emprego no comércio varejista da Grande SP cresceu 0,46% em setembro em relação a agosto e 4,02% na comparação com o mesmo mês de 2001, divulgou a Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). Lojas de departamento e de utilidades domésticas foram as que mais contrataram.


Colaborou a Folha Online


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