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ÁGUIA EM TRANSE
Taxa, impulsionada pelos gastos dos americanos, ficou abaixo das expectativas; analistas esperam freada
PIB dos EUA cresce 3,1%; consumo puxa
DA REDAÇÃO
A economia norte-americana
cresceu a um ritmo anualizado de
3,1% no terceiro trimestre, uma
taxa expressiva e superior à do segundo trimestre, mas aquém das
expectativas. A expansão foi impulsionada pelo avanço nos gastos dos consumidores, em especial na compra de carros novos.
No segundo trimestre, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, o PIB (Produto
Interno Bruto) cresceu a uma taxa
de 1,3%. Nos três primeiros meses
do ano, a expansão ficou em 5%.
O consumo, que representa dois
terços do PIB do país, saltou 4,2%
de julho a setembro. No trimestre
anterior, o crescimento tinha sido
de apenas 1,8%.
O avanço ocorreu por causa de
um extraordinário aumento de
22,7% nos gastos com bens duráveis, sobretudo veículos, o que
não deverá se repetir nos últimos
três meses do ano -entre outros
motivos, por causa da queda na
confiança do consumidor.
"Os ombros largos dos consumidores são como Atlas, segurando a economia", disse Ken Mayland, economista da corretora
ClearView Economics, em referência ao titã da mitologia grega
que foi condenado a carregar o
planeta nas costas.
Graças às baixas taxas de juros,
o consumo segue elevado nos
EUA, a despeito do aumento do
desemprego. As taxas de financiamento imobiliário são as menores
em 40 anos, enquanto montadoras oferecem promoções com
vendas de carros a juro zero.
Os números do Departamento
de Comércio, que ainda passarão
por pelo menos duas revisões,
provocaram reações mistas no
mercado financeiro.
Os analistas previam crescimento médio de 3,7%. Para alguns economistas, a atividade
econômica passa por uma deterioração, o que se refletirá num
crescimento mais tímido no último trimestre do ano. Na opinião
de outros, ainda que a economia
não esteja aquecida, ao menos
não se encontra em declínio.
"A economia dos EUA está como um corpo na água", afirmou
Carol Stone, economista da corretora Nomura Securities. "Está
boiando, não está afundando."
Corte nos juros?
Em março do ano passado, já
sob o governo de George W.
Bush, os EUA entraram em recessão, encerrando o mais longo período de expansão da história do
país. O ciclo de retração econômica foi o primeiro desde 1991,
quando houve a Guerra do Golfo
e Bush pai ocupava a Casa Branca.
Por causa da queda na atividade, o Federal Reserve (banco central dos EUA) fez 11 cortes nos juros no ano passado, derrubando
sua principal taxa de 6,5% ao ano
para 1,75% ao ano -o juro real,
descontada a inflação, está praticamente negativo. A última redução ocorreu em dezembro.
A próxima reunião do Conselho
de Política Monetária do Federal
Reserve ocorrerá na próxima
quarta-feira. Devido à piora nos
indicadores econômicos nos últimos dois meses, há a expectativa,
em Wall Street, de que o Fed reduzirá a taxa para 1,50% ao ano.
Os mercados fecharam praticamente estáveis, sem muita influência dos números sobre o PIB.
O índice Dow Jones da Bolsa de
Nova York recuou 0,36% e o Standard & Poor's 500 teve queda de
0,56%. A Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, subiu 0,23%.
Com agências internacionais
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